Lagoas do Norte agrada população, que teme descaso

Os moradores afirmam que não só o lazer como até mesmo a segurança aumentaram, mas temem que tudo seja abandonado com o tempo.

PROGRAMA | Família se diverte em parque do Lagoas do Norte: mais segurança para os moradores | Dayane Dantas/Jornal Meio Norte
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Inaugurado em junho deste ano o projeto Lagoas do Norte tem mudado as rotinas da população local, tanto no que diz respeito às atividades, quanto ao que confere à segurança.

Em uma área de 12 hectares, o programa representa um conjunto de ações integradas, intersetoriais, que estão sendo realizadas com o apoio financeiro do Banco Mundial e em parceria com o Governo Federal (PAC).

Para a população local o projeto trouxe mudanças significativas quanto à segurança, pelo menos no entorno do parque. ?Antes isso aqui era só mato e muita lama, não tinha nem como a polícia chegar aqui, hoje a gente já enxerga maior iluminação e seguranças sempre rondando o local?, diz a moradora do local Noélia de Araújo.

Enquanto conversavam à beira da lagoa, que fica em frente a uma série de casas que rodeiam o parque, Josimar Sobrinho e sua família dão lugar a uma imagem pouco vista nas sociedades urbanizadas da atualidade.

Ao redor de uma idosa, estavam jovens e crianças aproveitando a paisagem do lugar. Esta cena já não é tão vista, principalmente por conta da falta de segurança e pela criminalidade.

Para Sobrinho, a cena não poderia ser observada antes. Ele conta que antes ali residiam pessoas envolvidas com atividades que punham medo na população. Segundo, era comum haver problemas como assaltos.

Projeto Lagoas do Norte tem como objetivo promover a melhoria da qualidade de vida da população de mais de 100 mil pessoas residentes em 13 bairros da zona Norte da cidade de Teresina e o foco de suas ações se volta concentradamente para as áreas ambiental, urbanística, social e econômica.

Estratégia de policiamento se tornou mais fácil

O sargento Afonso Nunes Moura, do 9° Batalhão Policial, conta que a maneira pela qual se estruturou o parque tem possibilitado uma melhor estratégia por parte da polícia. Segundo ele, o local permite uma maior visibilidade para que as guarnições realizem as operações.

Sargento Moura conta que atualmente aquela região conta com ronda com uma média de quatro viaturas para cada turno. Existem ainda as duplas de motoqueiros e os policiais sem veículo de locomoção, que costumam caminhar no parque, principalmente nos finais de semana, quando existe maior fluxo de pessoas. Vale ressaltar que o policiamento citado não atende apenas o parque, mas a região.

Embora afirme que existam queixas por parte da população que utiliza o parque, estas têm diminuído. O problema, segundo ele, continua sendo os assaltos a estabelecimentos comerciais, principalmente farmácias e casas lotéricas.

Outro elemento destacado pelo sargento é que o projeto contempla uma logística que apresenta apenas duas saídas, o que dificulta possíveis fugas em operações no local.

Ele conta que antes as fugas na região eram constantes e os criminosos utilizam a lagoa para como escape. Pontua ainda que havia muitas trocas de tiros e não era raro perder criminosos de vista.

Jovens já utilizam o local para uso de drogas

Contemplativa, Íris Ximenes observa as quatro crianças que levou para o projeto Lagoas do Norte, para realizar trabalho da escola sobre educação ambiental. Enquanto fala, as crianças se divertem tirando fotografias. Íris conta que o local é muito bonito, no entanto, não observa muito policiamento ao redor.

"Meu medo é que isto aqui se perca, que não haja investimento. Espero que isso aqui não seja só por conta das eleições, pois o poder público deve continuar investindo", diz Íris.

A visitante do local, conta que costuma visitar e levar seus parentes de fora do Estado. No entanto, a falta de investimento, para ela, pode ser fatal para que ali se torne um local perigoso.

Em reunião realizada no Parque Alvorada moradores cobraram mais políticas de segurança no parque Lagoas do Norte. De acordo com a população, há um temor de que o local se torne perigoso e refúgio para usuários de droga que estão ocupando a área de lazer.

Durante a reunião moradores colocaram que a preocupação é de que o índice de criminalidade aumente por causa do uso e tráfico de drogas na região.

Na ocasião moradores como Luiza Batista falaram de necessidade de medidas urgentes de segurança para que a área de lazer não seja transformada em um local arriscado, aonde a droga e a violência prevaleçam.

O guarda da Prefeitura que realiza a segurança patrimonial do local fala que embora não seja um grande número destes casos, mas já se observam alguns adolescentes que utilizam o parque para usar drogas. No entanto, ele diz que costuma conversar com os adolescentes para que eles não façam mal uso do local.

O fato pode ser um indicativo da necessidade de atividades voltadas para a juventude, atividades, já que não adianta haver um local de lazer se não existem políticas públicas voltadas para coibir o desvio de condutas por parte desta parcela da população.

Local tem permitido novas atividades

Quando se fala em desenvolvimento, muitas vezes se colocam apenas os fatores econômicos, no entanto este deveria ser um fator avaliado principalmente por outras atividades, pela forma como a população tem vivido, a sua qualidade, bem como o desenvolvimento de boas relações e sociabilidades, ou seja, pela qualidade de vida.

Embora não se possa dizer que o projeto tenha trazido por si só esta qualidade de vida a população já senti, pelo menos um pouco, do que seria viver desenvolvendo com tranquilidade as atividades que desejam. É caso de Noélia Araújo, ela conta que a construção do local tem permitido que a mesma desenvolva atividades físicas.

Noélia se levanta todos os dias cedinho, às cinco horas da manhã, para realizar sua caminhada matinal, o que em outras palavras, também é uma necessidade para que se tenha uma boa saúde. Ela diz que isso é possível, pois o local é iluminado e não tem apresentado perigo.

O local também é um refúgio para crianças e adolescentes, principalmente no cair da tarde. Luiz Rodrigues dos Santos é avô e conta que depois que foi construído o parque seus netos vão todos os dias brincar no local. "Agora está muito bom, porque antes não tinha onde as crianças brincarem", diz.

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