O parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo (SP), e a empresa GT Ultralights foram condenados pela Justiça do Trabalho a indenizar em R$ 1,5 milhão o esquiador norte-americano Ryan Mitchel Bergeron, por danos morais e materiais. O jovem, de 24 anos, perdeu o movimento das pernas ao bater a cabeça e fraturar a coluna durante um show de esqui aquático promovido por grupo especializado, em 2008. Cabe recurso das empresas.
O juiz da 3ª Vara do Trabalho de Jundiaí, Jorge Luiz Souto Maior, considerou que a vítima fez manobra não prevista no repertório do show. Todavia, atribuiu aos empregadores a responsabilidade pelos riscos da atividade. "A manobra do reclamante lhe gerou um dano irreversível e isso só se deu porque estava atuando em um show de exibicionismo, cujo interesse econômico imediato era das reclamadas", escreveu o magistrado na sentença.
A defesa de Bergeron pediu R$ 7,5 milhões à Justiça em processo instaurado em maio de 2009. Como a decisão é de primeira sentença, cabe recurso das empresas, que devem se manifestar para tanto até o dia 28, segundo a assessoria do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, em Campinas (SP).
"Mínimo de reparação"
Sem revelar detalhes sobre a vida do cliente nos Estados Unidos, o advogado Gilberto Ribeiro dos Santos avaliou de forma positiva a decisão do magistrado, embora o valor tenha sido inferior ao requerido no processo. "Houve uma sentença respeitável, bem fundamentada. Não se pretende enriquecer com isso, mas o mínimo de reparação do dano. A família continua sofrendo um abalo profundo", explicou a defesa do jovem.
Outro lado
O G1 procurou os dois advogados que constam como defensores da empresa GT Ultralights no processo trabalhista. Marcelo Fongaro de Araujo Pereira e Werner Keller não se manifestaram sobre a decisão até a publicação da reportagem.
Em nota, o Hopi Hari informou que irá recorrer da decisão, pois acredita que não teve responsabilidade no acidente. "O parque acredita e buscará este entendimento por meio de recurso que será apresentado oportunamente", diz a nota.
Série de incidentes
O Hopi Hari passou, desde o mês de fevereiro, por uma sequência de incidentes negativos. A morte da adolescente Gabriela Nichimura, após queda do "La Tour Eiffel", fez com que o parque ficasse fechado por 22 dias. O Ministério Público denunciou 12 pessoas por homicídio culposo - quando não há intenção de matar - incluindo o presidente da empresa, Armando Pereira Filho. A família da jovem pede na Justiça uma indenização de R$ 4,6 milhões.
No dia 4 de julho, o Hopi Hari foi condenado pela Justiça do Trabalho de Jundiaí (SP) a pagar indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 500 mil por submeter trabalhadores a revista íntima e a revista de armários, bolsas e outros pertences.