A Justiça Federal em São Paulo condenou três filhos do ex-prefeito da capital paulista Paulo Maluf pelo crime de lavagem de dinheiro. A sentença é assinada pela juíza Silva Maria Rocha, da 2ª Vara Federal Criminal de São Paulo. A ação foi iniciada há mais de 12 anos. (Com informações do G1)
A pena imposta ao empresário Flávio Maluf é de oito anos de prisão em regime fechado. As filhas Ligia Maluf Curi e Lina Maluf Alves da Silva foram condenadas a quatro anos de reclusão em regime semiaberto. Todos podem recorrer em liberdade.
O assessor de imprensa de Paulo Maluf e família, Adilson Laranjeira, informa que os filhos do ex-prefeito vão recorrer da decisão da Justiça Federal.
Desvio de obra da gestão Maluf em SP
Na ação penal, proposta em 2006, o Ministério Público Federal acusou a família Maluf de realizar movimentações financeiras no exterior, entre 1997 e 2003, para ocultar a origem de grande parte dos recursos desviados de obras na gestão de Maluf na Prefeitura de São Paulo, entre 1993 e 1996.
Os desvios, segundo a ação, ocorreram por meio de propinas cobradas principalmente durante a construção da Avenida Água Espraiada, atual Avenida Jornalista Roberto Marinho, na Zona Sul da cidade.
A obra, a cargo das empreiteiras Mendes Júnior e OAS, custou R$ 796 milhões, mais que o triplo do necessário, segundo estimativas de testemunhas.
Contas em paraísos fiscais
Segundo o MPF, o esquema envolveu a abertura de contas e fundos de investimento ligados a empresas offshore sediadas na Ilha de Jersey e nas Ilhas Virgens Britânicas, dois paraísos fiscais.
O dinheiro, que também passava por bancos de Nova York, era repatriado a partir da suposta compra de títulos que essas companhias realizavam em favor da Eucatex, empresa da família Maluf no Brasil.
Flávio Maluf era o braço direito do pai no esquema, coordenando as transações no exterior, segundo o MPF.
Pai condenado por lavagem de dinheiro
Maluf foi condenado em maio de 2017 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 7 anos e 9 meses de prisão por lavagem de dinheiro no período em que foi prefeito de São Paulo.
O político chegou a ficar preso em regime fechado, mas em abril do ano passado o ministro Dias Toffoli autorizou que Maluf ficasse preso em casa por causa de seu frágil estado de saúde.