A Justiça do Rio de Janeiro atendeu pedido do Ministério Público Estadual e decretou ontem (9) a indisponibilidade de bens do ex-governador Luiz Fernando Pezão, no valor de R$ 45,6 milhões.
O bloqueio foi determinado no âmbito do processo em que Pezão é acusado de receber mais de R$ 11 milhões do Sindicato das Empresas de Ônibus Urbanos do Rio (Fetranspor), em troca de favorecimento aos interesses da entidade durante o seu mandato, entre 2015 e 2018.
(Arquivo/Tânia Rêgo/Agência Brasil)
De acordo com o Ministério Público (MP), após a saída do ex-governador Sérgio Cabral do cargo, Pezão assumiu a liderança da organização criminosa instalada na administração do Rio, mantendo o seu funcionamento.
Ainda segundo o MP, a Fetranspor teve destaque entre as empresas que pagavam propina ao Poder Executivo durante as gestões de Cabral e Pezão - que estão presos -, e isso se dava por ordem do ex-dirigente da entidade, José Carlos Lavouras, que também foi também denunciado no processo.
Propina paga por empresários
As investigações também apontam que Pezão indicou Luiz Carlos Vidal Barroso para recolher propina de empresários corruptores, enquanto Hudson Braga, que fazia o mesmo serviço para Cabral, continuou recebendo os pagamentos indevidos direcionados a conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) que também participavam do esquema.
O cálculo do valor bloqueado dos bens de Pezão se refere a R$ 11,4 milhões recebidos ilegalmente da Fetranspor, mais multa de R$ 34,2 milhões, equivalente ao triplo da propina recebida.
A Justiça também bloqueou a R$ 68 milhões em bens de Luiz Carlos Vidal Barros, Hudson Braga e José Carlos Lavouras. Já a Fetranspor teve R$ 34,2 milhões do seu patrimônio colocados sob indisponibilidade.