O caso polêmico aconteceu na última quinta-feira (30) em Inconfidentes (MG), onde fantasias usadas por dois estudantes em uma festa universitária geraram polêmica nas redes sociais. Dois jovens publicaram uma foto onde aparecem vestidos de goleiro Bruno e Macarrão, os condenados pela morte de Eliza Samúdio, no ano de 2010.
Na imagem, um deles ainda segura um saco preto com o nome da vítima. Com a repercussão, o instituto federal onde os dois estudam divulgou uma nota de repúdio.
Os estudantes aparecem sorrindo na foto com cartazes de identificação colados nas camisetas. Um deles usa luva de goleiro e segura o saco de lixo onde aparece o nome de Eliza Samúdio. Na publicação oficial, o outro estudante colocou como legenda a expressão “fantasia raiz”.
Veja a foto:
As fotos foram compartilhadas por milhares de pessoas que se revoltaram com a fantasia, inclusive por um coletivo feminista do Sul de Minas. “Dez anos depois do assassinato, alguns homens acharam legítimo se fantasiar do caso e retratar Eliza como lixo. Feminicídio não é piada, não é fantasia”.
Polêmica nas redes sociais
Diante das críticas, um dos jovens que aparece na imagem comentou o caso na rede social. “A infeliz tentativa de propor uma fantasia ontem não teve como intuito fazer apologia ao feminicídio ou qualquer tipo de agressão à mulher”, justificou.
Os dois jovens estudavam no Instituto Federal do Sul de Minas em Inconfidentes, que divulgou a nota de repúdio nas redes sociais. “O IF SulDeMinas - Campus Inconfidentes repudia, veementemente, qualquer ato que incite a violência de gênero, feminicídio ou qualquer outro tipo de crime. Consideramos a apologia aos atos citados absolutamente inadmissível e isso não deve ser tratado, em hipótese alguma, como um tipo de brincadeira”.
Na publicação da página oficial do instituto, pessoas ainda pediram punições mais rigorosas aos dois estudantes. “São alunos do instituto? Se sim, devem no mínimo serem expulsos”, argumentou um homem.
Veja:
Em entrevista, o diretor geral do campus, Luiz Flávio Reis Fernandes, afirmou que, por enquanto, os dois não devem sofrer sanção deste tipo, já que a festa não aconteceu em ambiente acadêmico.
"Esse ocorrido foi fora do ambiente escolar. São alunos, têm esse vínculo, mas a instituição não tem nada mais com isso. Não podemos ter nenhuma posição acadêmica, se eles não feriram nenhum regulamento acadêmico. O que eles fizeram é imoral e em função dessa imoralidade a gente se posicionou", explica Luiz.