Nesta quarta-feira (10/01), o namorado da jovem Gabrielly Teixeira Santos, de 20 anos, encontrada morta em um matagal de um condomínio de luxo em Bertioga, no litoral de São Paulo, se apresentou à Polícia Civil e afirmou que teve uma discussão com a jovem horas antes de ela desaparecer.
Gabrielly foi encontrada no sábado com uma corda no pescoço pendurada, mas não suspensa no galho de uma árvore. A polícia está suspeitando de que a cena do crime tenha sido montada para simular um suicídio e que na verdade houve um homicídio.
O namorado da vítima, que é DJ, nega ser autor do crime e, segundo a polícia, não é considerado suspeito. Gabrielly foi vista pela última vez após o réveillon, quando esteve com o namorado em uma festa particular no condomínio. Após isso, não fez mais contato com familiares e foi dada como desaparecida.
O jovem não relatou o desaparecimento da namorada por mais de uma semana e se apresentou à polícia após ser intimado a prestar esclarecimentos. Por conta de possíveis retaliações, o nome dele é mantido em sigilo, uma vez que, no momento, ele não é considerado suspeito nas investigações.
"O rapaz se apresentou junto com um advogado e negou que tenha cometido qualquer crime. Ele admitiu que brigou com ela, por ciúmes, na festa de Ano Novo, para a qual ele foi contratado para ser o DJ da noite e onde ela comemorava o aniversário de 20 anos", afirmou o delegado Sérgio Nassur, titular da Delegacia Sede da cidade.
Ao delegado, o rapaz afirmou que, após o desentendimento na festa, os dois saíram juntos de carro, por volta das 3h do dia 1º de janeiro, e se dirigiram a um hotel no mesmo condomínio.
Segundo Nassur, o DJ subiu para o apartamento, e a jovem permaneceu no carro dele. Em seguida, ela saiu do veículo e seguiu em direção a um beco, onde seria encontrada morta após seis dias. Momentos depois, o rapaz desceu e perguntou ao recepcionista para onde a garota havia ido. O funcionário indicou, e o jovem foi no mesmo sentido.
"Imagens de câmeras de monitoramento mostram isso, e a versão é corroborada pelo funcionário do hotel, que nós já ouvimos também. Não é possível ver se eles [a jovem e o DJ] carregam algo nas mãos, ou se ambos se encontram, mas as imagens mostram, ainda, o rapaz voltando para o hotel momentos depois", afirma.
"Para nós, ele disse que acreditava que a namorada tinha pegado carona com alguém. Em outras brigas, em outras ocasiões, ele afirma que ela já ficou dias sem aparecer, mas que sempre voltava, e por isso não acionou a polícia."
O rapaz entregou ao delegado o celular de Gabrielly e outros bens que ela deixou no carro dele. Ele ainda afirmou que procurou por duas amigas da jovem, uma que mora em São Bernardo do Campo e outra em São Vicente, para ter notícias, mas ambas também não sabiam o paradeiro de Gabrielly.
"O namorado da jovem não é considerado suspeito, mas vamos confirmar ainda tudo o que ele nos falou. Aguardamos os resultados dos exames da perícia e do Instituto Médico-Legal, mas os dados serão complementares. Ainda vamos ouvir o depoimento de outras testemunhas nos próximos dias", afirmou Nassur.
O rapaz disse, ainda, que mantinha relacionamento com Gabrielly há aproximadamente um ano, e que, apesar de não ter testemunhado, ouviu relatos de conhecidos sobre duas ocasiões em que ela teria tentado se matar no passado. Eles não moravam na mesma casa, e a jovem não tem contato com familiares.