Thiago Frade, de 29 anos, agredido a golpes de machado, deu os primeiros sinais de recuperação. O agressor foi levado a um hospital psiquiátrico pela própria família. Imagens das câmeras de segurança mostram que ele seguiu a vítima até o local do crime.
Os dois, vítima e suspeito, moram no mesmo condomínio. O crime aconteceu no dia 23 de setembro. As imagens mostram que o primeiro a aparecer foi Thiago. O relógio marcava 8h01. O designer seguia para o primeiro dia de trabalho. Onze minutos depois, o vizinho de Thiago deixou o condomínio. Alcyr Camargo Tavares, conhecido como Zug, saiu de moto.
Para a polícia, ele esperou o vizinho sair e o seguiu. Thiago pegou um ônibus na esquina de casa. Alcyr, de moto, foi atrás. O crime aconteceu a cerca de 10 km de distância. Em Itapecerica da Serra, Thiago desceu do ônibus e esperava mais um coletivo.
Alcyr estacionou a moto e foi em direção à vítima que não teve nem tempo de correr. Ele levou nove golpes de machado na cabeça.
Thiago Frade ficou sete dias em coma profundo. Ele tinha poucas chances de sobreviver, mas, para surpresa de médicos e familiares, ele acordou e falou as primeiras palavras, como conta a mãe dele, Ana Maria Frade.
? Eu entro no quarto, na UTI e vejo ele se batendo, já pra tirar o tubo, sem a sedação. Ele falou "Zug, Zug" e depois falou "mamãe".
Zug é o apelido do suspeito do agressão, como afirma a irmão da vítima, Camila Frade.
? Ele esperou meu irmão descer do ônibus pra agredir ainda de costas, covardemente.
Quatro dias depois da tentativa de assassinato, Alcyr Camargo Tavares (foto) foi internado em uma clínica psiquiátrica pelos próprios familares. Os policiais foram até o local após a decretação da prisão dele. Eles conversaram informalmente com o suspeito.
Zug confessou o crime, segundo o delegado Vítor de Jesus, mas não disse o motivo da agressão.
? Embora ele negue a homofobia, ainda não está esclarecida. Pelo visto, ele não vai afirmar nada a esse respeito, não vai declarar nada a esse respeito. Ele simplesmente alega que "tive vontade de fazer e fui lá e fiz".
Por ordem da Justiça, Alcyr não foi levado para a cadeia e vai continuar na clínica até alta médica. Família, amigos e vizinhos desconhecem qualquer relação mais próxima entre o suspeito e a vítima.
Sem explicação para a violência, a família de Thiago só tem uma suspeita. Alcyr atacou o rapaz, porque a vítima é homossexual, como explica a irmã.
? Eu acredito que é homofobia mesmo.
A mãe de Thiago Frade, Ana Maria Frade, também acredita que o filho foi agredido por ser homossexual.
? A única explicação, se é que eu posso chamar de uma explicação, é homofobia.
Segundo informações de familiares, Thiago Frade acordou do coma por volta das 16h30 da última segunda-feira (30), mas permanece na UTI IUnidade de Terapia Intensiva) do Hospital Geral de Itapecerica da Serra.
Ainda de acordo os familiares, durante o período em que ficou inconsciente, Thiago fez uma cirurgia de reconstituição do crânio, para colocar platina no lugar da massa encefálica perdida.