Jovem dava “cavalo de pau” com moto aquática na Praia de Guaratuba

Perito realiza simulação do acidente que matou Grazielly Lames, às 10h.

Grazielly foi atropelada quando brincava na Praia de Guaratuba, em Bertioga. | Arquivo Pessoal
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O advogado da família de Grazielly Almeida Lames, de três anos, morta após ter sido atropelada por uma moto aquática quando brincava na Praia de Guaratuba, em Bertioga, no litoral de São Paulo, afirmou ao G1 que pretende apresentar à Promotoria de Justiça de Bertioga, litoral de São Paulo, na tarde desta terça-feira (20), uma testemunha que teria visto comportamento inadequado do adolescente suspeito de ter provocado o acidente, em visitas feitas ao local anteriormente.

"Ele trabalha na região e diz que já viu o garoto dando ´cavalo de pau´ com o equipamento antes do acidente. É imprescindível que ele seja ouvido, pois vai confirmar a intenção de dolo", resume Beraldo. O acidente completou um mês neste domingo (18) e foi lembrado pela família, que reside em Artur Nogueira, interior de São Paulo.

Para preservar a fonte e não comprometer as investigações, o perito Jean Pierre Frederic, contratado pela família de Grazielly, não confirma o depoimento. Por outro lado, ele explica que a testemunha foi "muito detalhista" ao contar ter visto a realização de manobras arriscadas em pelo menos três ocasiões.

"Ele disse que o adolescente ficava pulando de um lado para o outro, enquanto o equipamento fazia movimentos circulares na água, possivelmente em virtude de uma trava no acelerador", explica o perito.

Frederic diz que a simulação do acidente a ser feita nesta terça (20), a partir das 10h, deve durar cerca de duas horas e visa apurar se o equipamento foi modificado. "É importante checar tudo. Com um equipamento compatível, queremos ver como foi a dinâmica do acidente e verificar se houve adulteração".

O perito afirma que há três peças que são alteradas no caso de uma moto aquática ser usada em corridas: o motor, a turbina e o módulo, uma espécie de computador que pode ser reprogramado para que o veículo tenha uma performance maior.

A incógnita, segundo Frederic, refere-se à perícia feita pelo Instituto de Criminalística (IC) ter concluído que a moto aquática possuía um defeito. "Será que houve falha ou foi provocada?", questiona.

O advogado da família do adolescente suspeito, Maurimar Bosco Chiasso, preferiu não entrar em polêmica. "Eu desconheço o fato. Vamos aguardar este depoimento, pois até agora houve muitas especulações", resume.

Investigações

O adolescente que, segundo testemunhas, estava na garupa da moto aquática que atingiu Grazielly foi ouvido na terça (13) pela Polícia Civil, em Santos. Em seu depoimento, o garoto contou que o dono do equipamento, padrinho do outro adolescente que manuseava a moto aquática, autorizou o uso do veículo.

O jovem também contou que, após a autorização, o caseiro da família abasteceu a moto aquática, a colocou no mar e entregou a chave para o outro adolescente. O jovem ligou o veículo, mas não prendeu a chave no pulso. O equipamento girou na água e seguiu descontrolado até a areia, onde atingiu a menina.

A pedido do delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Marcos Carneiro Lima, o inquérito da morte de Grazielly foi transferido no dia 6 para a Delegacia Seccional de Santos e está sob responsabilidade do delegado Rony da Silva. No dia 5, o delegado de Bertioga, Maurício Barbosa Júnior, havia encerrado o caso sem indiciar ninguém.

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