No ambiente de trabalho, Paulo Ricardo Almeida de Jesus, ex-funcionário do Burger King, reclamou ter sido alvo de assédio moral, que rendeu em julho,e teve ganho de causa num processo trabalhista. Também foram anexadas à ação situações como receber lanche sem carne no horário de jantar e xingamentos na frente dos colegas.
Paulo Ricardo se revolta com a motivação do que classifica como perseguição: diferenças futebolísticas. Em nota, o gerente, supostamente executava as punições.
O primeiro golpe na harmonia do restaurante seriam os xingamentos em tom de voz alterado. "Que p.. é essa? Que m... você tá fazendo aqui?", era a forma de o chefe se dirigir aos funcionários, de acordo com Paulo Ricardo.
Denúncias ignoradas
Os castigos se tornaram tão frequentes que Paulo Ricardo evitava passar em frente ao freezer. Havia temor de ser obrigado a ficar cinco minutos sentindo frio ou tomar um murro. Outra coisa que ele não podia fazer era falar do São Paulo. O instrutor conta que os três torcedores foram reprimidos até entenderem que o time deles não era assunto bem-vindo dentro do restaurante.
Em nota enviada à reportagem, o Burger King afirmou que, assim que receberam a denúncia, houve uma apuração sigilosa. "Foi feito um trabalho rigoroso de apuração e quando confirmadas as alegações, o funcionário em questão [gerente] foi desligado da empresa".
Segundo a empresa, "o bem-estar e segurança de seus funcionários é prioridade e, por isso, todas as denúncias recebidas são investigadas de maneira imediata. Caso a denúncia seja considerada procedente, imediatamente iniciamos os protocolos internos para aplicação e tratamento das medidas cabíveis".
O Burger King afirma ainda que investe em formação e num plano de carreira bem desenhado, "no qual pessoas mais jovens acabam assumindo papéis de liderança".