Uma jovem em Santos, no litoral de São Paulo, trocou os livros de Direito pelas panelas e pelo fogão. Isso porque, após vencer um reality show de culinária e gastronomia, Maísa Campos decidiu desistir dos concursos públicos e abriu um ateliê de culinária. Agora ela se diz realizada cozinhando para clientes e dando aulas de culinária.
Formada em Direito, Maísa Campos, de 26 anos, vem de uma família composta por advogados. Por anos, ela se trancou em um quarto com diversos livros e começou a estudar para concurso público na área de defensoria pública. ?Sou advogada de formação. Depois de me formar eu estudei três anos para ser defensora pública. Como sou filha, neta e bisneta de advogados, eu segui o Direito como o curso natural das coisas dentro de casa. Nunca imaginei que poderia trabalhar com comida, ainda que isso fosse um sonho. Mas era um sonho pós-aposentadoria sabe? Aquelas coisas que a gente vai se aposentar e se realizar, o que é uma loucura?, diz Maísa.
Ela conta que a troca do Direito pela culinária aconteceu de forma inusitada. ?Eu sempre gostei de cozinhar. Cozinho desde os 11 anos de idade e aprendi sozinha, me aventurando no fogão. Eu cozinhava para os amigos, fazia a ceia de natal para a família. Uma amiga que me inscreveu no reality show ?Cozinheiros em Ação?, do GNT. Eu fui despretensiosa e ganhei. Eram 18 competidores, com diversas provas e diversos pratos?, afirma.
A partir dessa vitória, Maísa decidiu se dedicar inteiramente à carreira de chef de cozinha. ?Quando eu estava perto do fim, eu prometi para mim mesma que se eu ganhasse ia seguir essa vida. Terminou o reality e eu comecei a estudar muito. Eu abandonei todos os meus livros de Direito, nunca mais sentei na mesa que eu sentava todos os dias. Aí comprei bíblias da gastronomia. Fui procurar fazer cursos em São Paulo. Estudei muito para montar minhas apostilas e montar as minhas aulas?, conta a jovem.
Agora Maísa tem um ateliê de culinária onde cozinha e dá aulas, além de um blog com receitas. ?Agora eu abri o meu ateliê e comecei a dar aulas de culinária. Trabalhei bastante no fim do ano, fiz encomenda de ceia de Natal e Ano Novo. Foi uma forma de eu mostrar a minha comida. Queria que as pessoas experimentassem. No fim de ano eu passava umas 16 horas por dia no ateliê. A gente tem que começar do começo. Eu era cozinheira de amor, agora virei cozinheira profissional e não quero mais sair dessa vida?, afirma Maísa.
Ela conta que enfrentou algumas dificuldades no início, mas estimula as pessoas a seguirem sua real vocação. ?Tem muita gente que faz o que não gosta, que é infeliz no que faz, e isso vai te matando todos os dias. Eu não via mais por onde não tomar essa atitude. Minha mãe ficou meio assustada no começo. Ela imaginou uma filha defensora pública federal, não cozinheira, mas ela já se convenceu, porque minha decisão foi seriamente tomada. Nem a desaprovação dela, nem as dificuldades que eu tenho enfrentado iam mudar a minha ideia?, finaliza.