Jornalista Thays Teixeira presta homenagem para Napoleão Guimarães

“Conhecer seu Napoleão para mim foi um divisor de águas. Aprendi uma infinidade de coisas com sua história de vida”, disse a jornalista

Jornalista Thays Teixeira presta homenagem para Napoleão Guimarães | Reprodução
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Eu cheguei na casa do seu Napoleão Guimarães pela primeira vez no dia 20 de abril de 2013, ali perto da praça de São José em Timon, obra sua por sinal. Nunca vou esquecer porque fui recebida com um incrível suco de caju, tão gelado e saboroso que apaziguava o calor típico das manhãs no Meio Norte do Brasil. 

Foi diante desse cenário único e aconchegante que comecei o meu trabalho de biografar a vida desse senhor cheio de facetas. Estamos por cumprir sete anos desse dia que para mim foi e sempre será inesquecível. Mas hoje, 16 de março de 2020, ao fim da tarde, recebi a notícia que seu Napoleão nos deixou fisicamente e como herança a história de sua vida. A mensagem do meu amigo Arimatea Carvalho fez com que viesse ali um nó na minha garganta. Como quando a gente perde algo profundo que as palavras nos esvaem. 

Conhecer seu Napoleão para mim foi um divisor de águas. Aprendi uma infinidade de coisas com sua história de vida e forma de observar o mundo. Alguns hábitos que confesso manter e que seguramente os seguirei tendo. Obrigada por isso, seu Napoleão. 

Quando a gente escreve uma biografia nos sentimos meio que apropriados da história de alguém. Essa sensação é ledo engano, com o tempo vamos percebendo isso, no fundo, o que vivemos e escrevemos não nos pertence. É, quando muito, uma osmose sobre o que podemos aprender com a vida de outrem. 

Sabemos que nenhum corpo humano é eterno. Nascemos com essa certeza que hora ou outra vamos nos mimetizar com a Terra e fazer parte desse ecossistema complexo. E algumas pessoas conseguem nesse espaço de tempo que vestem a máquina do tempo corporal deixar registros marcantes de sua passagem. É assim que vejo, seu Napoleão. Ele era essa pessoa que não arredava o pé. Mas uma hora não tem jeito, não é mesmo?

Seu Napoleão partiu. Nós ficamos com a oportunidade de ter partilhado um pouco com ele e com sua história. E a história, essa, sim, é legado que perdura. Vá em paz seu Napoleão, a mim e aos que ficamos por aqui, você brindou com as horas, as conversas, experiência e essa forma única de habitar o mundo. 

Meu segundo prólogo sobre sua vida é um adeus! Mas sempre que eu olhar para o livro que escrevi a partir da sua vida, vai parecer um até logo. 

E obrigada pelas lições!

Thays Teixeira

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