O carro que levava Cristiana e Edison Brittes na noite de 31 de outubro de 2018 e foi cercado pela polícia em um posto de gasolina de Curitiba pertence ao jogador de futebol Rondinelle Paixão Alves Feitosa, de 40 anos. Vivendo no Piauí, Rondinelle está há quase um ano tentando receber o valor total da venda do veículo.
A polícia cercou o carro para cumprir o mandado de prisão contra o casal, quatro dias após a morte do jogador Daniel Correa. Passageiros do veículo, Cristiana e Edison são réus acusados pelo homicídio de Daniel.
Apesar de terem a mesma profissão, Rondinelle e Daniel nunca se conheceram e não têm qualquer relação em comum. O piauiense vendeu sua Land Rover Evoque por meio da loja de carros Itupava Motors, de Curitiba, em 14 de setembro de 2018, segundo seu advogado, Mario Augusto Batista de Souza. Ele teria recebido apenas uma parte do valor pedido, que ultrapassa os R$ 100 mil. Da loja, a SUV de luxo acabaria nas mãos de Denis Araújo, um empresário amigo dos Brittes, que dava carona ao casal naquela noite.
Sem receber todo o dinheiro da venda, Rondinelle, meia que atuou no futebol do Piauí e no Amazonas, não fez a transferência de nome e acionou um advogado para resolver o assunto na capital paranaense. Hoje, o caso do carro tramita na 15ª Vara Cível de Curitiba em uma ação de R$76.200,00 contra a Itupava Motors.
A Justiça determinou a busca e apreensão do veículo em 29 de janeiro de 2019, mas o jogador segue sem o dinheiro e sem o carro, e o processo continua. Uma audiência de conciliação também foi feita em 29 de abril de 2019, mas não houve acordo entre as partes.
O carro foi visto pela última vez justamente na noite de 31 de outubro, quando Cristiana Brittes foi presa. Ela estava no banco de trás da Evoque, dirigida por Denis Araújo. Naquele dia ainda não havia um mandado de busca e apreensão para o veículo. Denis foi levado à delegacia com Cristiana na condição de testemunha.
Denis se referiu ao carro como seu, apesar do veículo estar formalmente vinculado ao jogador do Piauí. O amigo dos Brittes disse que devolveu a Evoque à loja no dia seguinte ao episódio do posto. "Esse carro eu comprei de uma pessoa... eu estava comprando de uma loja de carro. Fazia dois dias que estava com ele e não gostei por ser duas portas. Ele foi devolvido para a loja no dia seguinte e peguei outro carro lá, uma Amarok."
No processo entre Rondinelle e a Itupava Motors consta que o jogador recebeu uma ligação da loja afirmando que o carro havia quebrado e que Rondinelle "arcasse com as custas do conserto sem, contudo, possibilitar qualquer tipo de vistoria pelo autor".
O advogado de Rondinelle explicou que a Justiça determinou a busca e apreensão do veículo, mas ainda não teve sucesso. A defesa do ex-jogador não sabe quem é o atual proprietário do carro, nem onde estaria o veículo.
A advogada da loja de carros informou que não vai se manifestar sobre o caso no momento.
(Com informações: Uol)