João de Deus diz que recebeu ameaças antes de denúncias surgirem

Ele disse que desconhece que tenha movimentado R$ 35 milhões.

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Em depoimento, o médium João de Deus, de 76 anos, afirmou para a Polícia Civil que antes das denúncias de abuso sexual surgirem ele vinha sendo ameaçado por um homem por meio de uma ligação. Ele também aproveitou para negar os crimes e desconhece que tenha movimentado R$ 35 milhões nos últimos dias na sua conta.

“Eu tenho 50 pessoas para acabar com você. Se você colocar 100, eu coloco 200 e, se você aumentar isso, eu coloco 1 mil. Eu vou acabar com você”, relata João de Deus sobre a ameaça recebida.

A TV Anhanguera teve acesso com exclusividade ao depoimento, que durou 3 horas, e ocorreu após a prisão do médium, neste domingo (16). Além de João de Deus, estavam na sala três delegados, uma escrivã e três advogados do médium.

No início, João de Deus conta que ganha R$ 60 mil por mês, fruto da renda das sete fazendas que possui em Goiás. Ele afirmou que também extrai pedras preciosas em duas das propriedades, mas não sabe precisar o lucro com este trabalho.

Ainda em relação à área financeira, o médium declarou que possui carros e várias casas. Porém, não sabe precisar a quantidade de imóveis porque alguns foram doados aos filhos.

Durante o depoimento, João de Deus contou como descobriu a mediunidade. Ele também detalhou o funcionamento da Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, cidade goiana do Entorno do Distrito Federal em que ele realiza os atendimentos espirituais.

Nesta parte do interrogatório, ele citou que lá também conta com uma lanchonete e um laboratório farmacêutico no templo. O médium reforçou que os visitantes não sofrem coação para comprar os remédios e há auxílio a quem não tem condições financeiras de pagar.

“Todos os remédios são iguais, mas a energia presente é a indicada para cada um dos frequentadores”, disse o médium.

De acordo com o investigado, ele dedica três dias da semana para os atendimentos espirituais e os demais para afazeres pessoais e econômicos.

“Possuo uma missão, mas quem faz as curas é Deus”, relatou.

João de Deus declarou que os atendimentos são coletivos. No entanto, em alguns casos há sessões individuais.

“São as pessoas que o procuram em busca de atendimento individualizado e não há critério que utiliza para levar alguém para um atendimento individualizado, uma vez que são os frequentadores quem solicitam tal atendimento e não ele”, consta no depoimento.

O médium afirmou que possui uma sala na Casa Dom Inácio de Loyola, cuja porta é transparente. Ele declarou que “nunca trancou a porta para atendimentos e, muitas vezes, é o atendido quem a tranca”.

Segundo João de Deus, a sala também possui um sofá, um local para refeição e um banheiro. Ele contou também que há duas janelas na sala, uma geralmente fica aberta e a outra fechada.

“Outras pessoas podem visualizar o interior [da sala] do exterior”, afirma o suspeito.

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