Já imaginou chegar num bar e pedir de tira-gosto um jiló? Os bares em Belo Horizonte estão tentando vencer resistências.
O prato da casa tem sabor de novidade para muito cliente.
?Dizem que o jiló é um fruto quente que estimula o canto dos canários.?, conta um homem.
?Jiló combina com tudo?, explica outro homem.
Os donos de bares fizeram sessões de degustação para alguns clientes para ajustar as receitas que cada um inscreveu na competição. O desafio agora é conquistar o paladar do público, usando um ingrediente que está longe de ser unanimidade: o jiló.
Empanado, assado, cozido. Nem todo mundo aceita o convite de cara.
?Jiló não dá não?, garante a dentista Suzana Maria Rocha Silveira.
Mas na hora em que o cheiro toma conta da mesa, ninguém tem ficado só na primeira beliscada.
?Ele não tem amargo, eu estou impressionada. Agora tem que tentar descobrir o segredo para poder fazer?, diz a bióloga Daniela Cordeiro
?Eles costumam falar que criança não tem paladar, mas a Julia tem e adorou o prato. Muito bom, não foi Julia?!?, pergunta o funcionário público Julio Cesar Silveira Diniz.
Depois que virou garoto propaganda, o jiló tem dado um baita trabalho à turma da cozinha.
?Meu garçom falou que tinha preparado o primeiro prato em 12 minutos. Eu falei: ?que beleza?. Aí eu falei com ele que só faltam dez minutos para ele baixar agora. Tem que sair um prato a cada dois minutos?, ressalta o comerciante Leonardo Marques.
Por tradição, os fãs de tira-gosto reservam espaço na agenda para saborear mais de uma receita por dia. Eles têm apenas um mês para visitar os 41 bares concorrentes da capital dos botecos.
?No primeiro dia já estou impressionado. Faço ideia do resto. Será que eu vou agüentar??, brinca o gerente comercial Vander Faria.