Jantar Solidário já distribuiu 5 mil refeições a pessoas em situação de rua

A iniciativa ganha força em Teresina com a distribuição de mais de 200 refeições a cada ação

Jantar Solidário | Raissa Morais
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O projeto Jantar Solidário mostra a força de vontade de voluntários em matar a fome daqueles que mais precisam. Com a distribuição mensal de mais de 200 refeições, em dois anos o projeto já distribuiu mais de 5 mil refeições, que beneficiam centenas de pessoas na Grande Teresina e Timon.

Além da alimentação, as pessoas em situação de rua também recebem roupas, água e suco. Tudo começou com uma ceia de Natal, mas logo se transformou em uma grande ação social coordenada pelos pastores Deisiane Silva e Elias Freitas, da Igreja Pentecostal Ide. 

O trabalho também inclui a evangelização, como forma de conforto às pessoas em situação de vulnerabilidade.

Os pastores Deise e Elias coordenam o projeto Jantar Solidário (Foto: Raissa Morais)

A maior parte dos atendidos são pessoas com problemas de drogadicção, situação que o pastor Elias bem conhece. Ex-dependente químico, hoje ele leva a palavra de Deus como conforto a pessoas em situação como a que ele viveu no passado. 

“A evangelização é essencial nesse processo. Fui usuário de drogas por quase 10 anos. Foi um período difícil. Quem é usuário e faz parte desse mundo, não acredita na palavra de Deus. E ela restaura”, revela.

Elias afirma que é a prova viva que Deus tira as pessoas das drogas. “A Igreja Pentecostal Ide nasceu em Teresina, então estamos evangelizando e salvando vidas com a palavra de Deus. Quero multiplicar histórias como a minha através da evangelização”, acrescenta.

Mas quem criou a iniciativa foi a pastora Deisiane Silva, ou Deise, como é conhecida. No dia 11 de janeiro de 2019 ela decidiu dividir o que tinha com quem não tinha.

“A gente consegue todos os alimentos através de doações. Batendo de porta em porta, pedindo na rua, enfim. Nós sempre damos um jeito. Nossa ideia é alimentar pelo menos 200 pessoas uma vez a cada mês, e todo mundo ajuda como pode”, revela.

Projeto conta com 20 voluntários

Como multiplicadores do bem, cerca de 20 pessoas auxiliam Deise e Elias nessa missão que é, porque não, divina. Afinal, em um contexto difícil da pandemia do novo coronavírus, o casal abriu mão de muita coisa para estar na rua das 19h até a madrugada para alimentar pessoas em vulnerabilidade.

Voluntários ajudam a fazer o projeto Jantar Solidário (Foto: Raissa Morais)

A produção do jantar ocorre em um sítio alugado pela igreja, a partir de 13h. Então no início da noite eles saem para a distribuição em locais como o Balão da Tabuleta e Ponte Metálica. 

“A gente chega a ir até em Timon. Não paramos enquanto a gente acha gente com fome. Queremos distribuir tudo. Decidimos fazer jantar porque os próprios beneficiários reclamam que sempre era sopa. Então uma refeição completa, como merecem”, revela.

Deise afirma que é possível recuperar essas pessoas. “Por trás do usuário, tem um homem trabalhador. Um pai de família. Eles só precisam de ajuda. E isso começa com um prato de comida, uma palavra de apoio e a palavra de Deus”, considera.

Projeto poderá ser ampliado em breve

O Jantar Solidário é uma iniciativa que começa pela boa ação de quem divide o que tem com o próximo e termina com a dignidade de um prato de comida para quem precisa. 

A intenção é que o projeto seja ampliado, e o sítio onde são feitas as refeições deve se transformar em uma comunidade terapêutica.

Enquanto isso não acontece, os voluntários seguem trabalhando para alimentar quem passa fome. Kleps Dias é voluntário desde o início do projeto e conta que os envolvidos realizam uma verdadeira força tarefa para que tudo saia como planejado.

Projeto poderá ser ampliado (Foto: Raissa Morais)“Todo mundo ajuda como pode. Uns cozinham, outros levam os alimentos nos carros para distribuir. É uma ação que envolve todo mundo de forma positiva”, aponta.

Para o voluntário, trabalhar com Deise e Elias é engrandecedor. “Saber que estamos ajudando pessoas na situação que estão é gratificante. Assim podemos matar a fome das pessoas e levar um pouco de dignidade, além da palavra de Deus”, considera.

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