O presidente Jair Bolsonaro negou que tenha adotado um tom agressivo em seu discurso na Assembleia Geral da ONU , nesta terça-feira em Nova York. Ele alegou que apenas buscou "restabelecer a verdade" sobre as questões em que o Brasil estava sendo acusado. A declaração foi dada ao ser abordado quando deixava o hotel, segundo ele, para "comer um podrão".
— Vocês têm que fazer avaliação. Acho que foi um discurso bem objetivo, contundente. Não foi agressivo, mas nós buscamos restabelecer a verdade das questões que estávamos sendo acusados no Brasil — respondeu o presidente.
Apesar de ter prometido adotar um tom conciliador, Bolsonaro fez um discurso agressivo no púlpito da Assembleia Geral, com ataques indiretos a outros líderes internacionais, duras críticas a Cuba e Venezuela , assim como à mídia, e alerta quanto à "ideologia" que busca um "poder absoluto".
Já um dos responsáveis pela elaboração do discurso, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, afirmou que "foi um discurso enérgico, educado, muito cordial":
— Acho que a repercussão vai ser muito boa. Também a repercussão com os nossos adversários, sendo ruim, é sinal que o discurso foi muito bom.
Questionado sobre às referências ao presidente francês, Emannuel Macron, e à chanceler federal alemã, Angela Merkel , uma vez que havia dito que não "apontaria o dedo" para nenhum chefe de Estado, Bolsonaro argumentou que apenas citou dados sobre os dois países europeus.
— Não citei o nome do Macron, nem citei a Angela Merkel. Eu citei a França e a Alemanha como países com mais de 50% do seu território é usado para agricultura. O Brasil apenas 8%. Tá ok? — disse.
Durante 31 minutos, o presidente voltou a temas que já havia abordado durante a campanha e criticou "antecessores socialistas". Ele disse que vinha à ONU "apresentar o novo Brasil que ressurge depois de ter ficado à beira do socialismo" e que seu governo tenta reconquistar a confiança do mundo. Mais cedo, ao ser perguntado sobre como ele avaliava seu próprio desempenho, respondeu que não cabia a ele fazer a análise.
— Eu não vou avaliar A avaliação é você que tem que fazer. Vocês que têm que fazer — respondeu, rindo.
Ao ser questionado se ele temia que alguma reação negativa ao discurso , ele continuou andando e falando com os assessores. O presidente também não respondeu se chegou a conversar com o presidente americano Donald Trump nos bastidores da ONU. Mas afirmou que a previsão é que ele consiga se encontrar nesta noite com o presidente americano.
No discurso, Bolsonaro também abordou questões como a Amazônia, indígenas, direitos humanos e segurança pública, além de liberdade religiosa.
(Com informações: O Globo)