“Já contei 60 feridas, mas estou ótimo”, diz 1º brasileiro com varíola

Os primeiros sintomas, como cansaço, dor no corpo e coceiras, surgiram ainda no final de maio, dias depois de ele chegar ao Brasil de uma viagem à Europa.

Varíola | Reprodução
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“Eu já contei 60 feridas, mas estou ótimo. Não há motivos para pânico. Eu não vejo a hora de sair daqui para voltar ao trabalho. Aliás, eu já até trabalhei daqui do hospital." O relato é do primeiro brasileiro diagnosticado com varíola dos macacos e que está em isolamento no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, desde 6 de junho. Ele pediu para não ser identificado.

"Não estou preocupado em ser visto como o primeiro brasileiro com varíola dos macacos. Quero poder mostrar às pessoas que estou bem, que fui e estou sendo cuidado por excelentes médicos. Que um momento de dor sirva para a ciência brasileira desenvolver proteção a todos. A melhor proteção é a informação verdadeira. Sou a favor da ciência e aceito participar de pesquisas", afirmou.

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Brasileiro relatou que contou e está com 60 feridas - Foto: Reprodução

O paciente do Emilio Ribas diz que agora está bem e sem dores, mas no começo foi bem diferente. “O pior aconteceu ainda em casa. Tudo aquilo que a gente lê na internet: exaustão, febre, cansaço, dor de cabeça, dor no fundo do olho. É muito forte mesmo."

“Não tenho febre, só tomo remédio para dor e estou comendo normalmente. Tenho 60 feridas. Sem analgésicos, elas, principalmente, as que estão na mucosa, como boca e garganta, doem muito. Mas a maior dor mesmo foi nos gânglios, que estavam inchados.”

Os primeiros sintomas, como cansaço, dor no corpo e algumas coceiras, surgiram ainda no final de maio, dias depois de ele chegar ao Brasil de uma viagem à Europa que fez com a mãe e que durou oito dias. A mãe está bem, sendo monitorada, assim como todas as pessoas que tiveram contato com o paciente.

Primeiro infectado contou que está trabalhando do hospital - Foto: Arquivo Pessoal

“Minha viagem foi por um motivo tão lindo, que era levar minha mãe para conhecer a Europa e comemorar o aniversário dela lá. Ela amou. A doença foi um imprevisto, mas que vai se resolver. Eu não sei se peguei em Lisboa ou Barcelona. Eu pensei que era Covid ou amigdalite. Já estava até isolado. Cheguei até a fazer exame de Covid. Aí meu médico pediu para eu vir para o Emílio Ribas”, relata.

Contou que ainda não sabe quando terá alta, pois é preciso aguardar que as feridas cicatrizem, mas primeira coisa que ele quer fazer quando sair do hospital é ver a mãe e os gatos. Depois, voltar aos projetos do trabalho e aos planos de vida.

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