A questão que invariavelmente surge com a decisão de Israel de enviar suas tropas para a Faixa de Gaza é o que acontecerá com o enclave depois que o objetivo de eliminar o Hamas for alcançado. Um documento elaborado pelo Ministério da Inteligência de Israel e vazado pela mídia israelense oferece algumas pistas sobre o que o governo pode estar considerando para o território: a realocação de sua população para a Península do Sinai, no Egito. As informações foram publicadas no Blog da Sandra Cohen.
A sugestão de deslocar à força 2,2 milhões de residentes de Gaza para acampamentos no Sinai está detalhada em um documento de 10 páginas que vazou na semana passada pelo site de notícias econômicas "Calcalist" e foi posteriormente divulgada pelos principais jornais de Israel.
As "cidades de barracas" construídas para acomodar a população deslocada, que não teria a opção de retornar ao território israelense, seriam convertidas em centros urbanos permanentes no norte do Sinai. Conforme o documento, nessa região, seria estabelecida uma zona de amortecimento com alguns quilômetros de extensão, destinada a impedir que os refugiados se aproximem da fronteira de Israel.
Um deslocamento populacional forçado, por sua natureza, resultaria na condenação internacional de Israel. Além disso, de acordo com a proposta do Ministério israelense, o governo buscaria o apoio de outras nações, com destaque para os Estados Unidos, para avançar com seu plano, em paralelo à expulsão.