Os teresinenses João Marcelo Pereira e João Pedro Pereira são gêmeos idênticos da cabeça aos pés, ou quase isso. Marcelo é flamenguista e Pedro corinthiano. Um chuta a bola com o pé esquerdo, o outro com o pé direito. Entretanto, os dois jovens de 27 anos despertam atenção pela sinergia inexplicável em outros pontos.
Juntos, eles provam que a união é um forte e curioso componente do sucesso acadêmico e profissional. Ambos são formados em Direito, os dois receberam honraria de reconhecimento ao mérito acadêmico no mesmo curso, administram um curso preparatório para Exames da OAB e receberam, na última quarta-feira (18), a carteira profissional de advogado pela Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí (OAB-PI).
O que motiva uma dupla de irmãos que, além de univitelinos, escolhem rumos tão semelhantes para suas vidas? Em entrevista para o programa Notícias da Boa, apresentado pela jornalista Cinthia Lages, João Marcelo e João Pedro contaram como alcançaram as metas que foram traçadas com união, respeito e apoio integral.
A decisão pelo curso de direito foi, claro, em conjunto. “Nós estudamos juntos desde o maternal e resolvemos também fazer a mesma faculdade, pelo Direito. Iniciamos juntos, concluímos juntos e fomos aprovados no Exame da OAB em 2019”, contou João Pedro. A vontade de seguir o caminho profissional ao lado do irmão não parou por aí. Entre as mais de 10 áreas de atuação no Direito, os gêmeos escolheram o aperfeiçoamento na área Constitucional.
Na faculdade, a fórmula para excelentes índices acadêmicos desses dois foi simples: foco e parceria. Após a escolha do curso, ambos adotaram estratégias complementares especiais de estudo e distribuição do tempo. “Enquanto um de nós prestava atenção na aula, o outro anotava. A gente fazia esse complemento na hora de estudar e o que tinha prestado mais atenção ajudava o outro explicando um pouco mais. Compartilhamos as anotações com o outro, um diferencial nosso”, disse João Pedro.
João Marcelo relatou que sempre ficava próximo ao irmão em sala de aula, o que levantava suspeitas dos professores devido às notas idênticas. Para se ter uma ideia, o índice de rendimento acadêmico dos irmãos ao final do curso teve uma diferença de 0,1 décimo.
“Os professores tentavam nos separar para investigar se era cola ou algo do tipo. Lembro de um professor de Direito Civil que nos separou após tirarmos dez na primeira prova. Depois disso, na segunda e na terceira avaliação tiramos dez mesmo separados. Não era cola, a gente sempre foi muito dedicado aos estudos, sempre fomos organizados e disciplinados”, explicou João Marcelo.
Quando um deles precisava se ausentar dos estudos em razão de doença, o outro também não se aproximava dos livros. João Marcelo frisa que a companhia do irmão sempre o ajudou a lidar com as cobranças da vida adulta e dificuldades enfrentadas ao longo dos estudos.
O fato dos dois alcançarem um bom reconhecimento no curso de Direito fez os irmãos criarem um curso preparatório para Exames da OAB, o que requer cooperação dos dois. “Nós nos formamos no final de 2019, e em sequência veio a pandemia da Covid-19, um baque, estávamos entrando no mercado de trabalho. Resolvemos, naquela época, abrir um curso preparatório para ajudar outras pessoas a conseguirem aprovação no exame. Desde então, a gente trabalha ajudando outras pessoas”, contou João Pedro.