Os irmãos Rafael e Rafaela Baracho ainda se espantam quando olham as fotos dos dois de um ano atrás. A realidade está bem diferente. Rafael eliminou 53 kg e Rafaela perdeu 30 kg com uma rotina de dieta e exercícios físicos e, segundo eles, sem remédios ou cirurgias. ?Até eu me impressiono quando me vejo nas fotos. Não sabia que estava daquele jeito?, conta o jovem de 22 anos.
Os dois decidiram começar a emagrecer para valer depois de uma ideia da namorada de Rafael, Andréa Nunes, em julho de 2011. Os três assistiam ao último episódio do quadro Medida Certa, do Fantástico, quando Andréa pensou em fazer uma aposta de R$ 100, por participante, sobre qual dos dois emagreceria mais até dezembro daquele ano.
?Quando me pesei naquele dia, os 99,7 kg me assustaram muito. Eu sou muito competitiva e juntou com a aposta. No primeiro mês, emagreci sete quilos. Aí, a empolgação tomou conta?, diz Rafaela. Rafael desistiu da aposta e resolveu perder peso por conta própria. Depois de dois meses de dieta, ele voltou a subir na balança e já estava com 15 quilos a menos. ?Eu voltei a me pesar quando todo mundo começou a dizer que eu estava mais magro, mais bonito?, lembra.
Rafaela, 27 anos, conta que a família tem tendência para engordar, mas os quilos começaram a aumentar nos irmãos no início da adolescência. ?Comia muita besteira. Salgados, sanduíche, chocolate era toda hora?, lembra. Na época de adolescente, a concurseira frequentou endocrinologistas, começou inúmeras dietas, mas não conseguia dar continuidade. ?Fazia uma dieta de um mês e não conseguia mais. Desistia. O grande problema de eu adquirir muito peso é que eu era a preguiça em pesssoa?, conta. Já o irmão Rafael nunca se incomodou com os quilos a mais. ?Sempre fui desleixado?, revela.
Rotina
O começo da dieta foi mais difícil para Rafaela. ?Eu sou muito chata para comida. Não gosto muito de verdura. Como já tinha feito muita dieta, as coisas que eu sabia que eram certas comecei a fazer?. A principal lição que os irmãos aprenderam foi não deixar de comer de três em três horas. ?Não é pra passar fome?, diz. Nos intervalos das refeições, a dupla sempre comia uma barra de cereal ou uma fruta.
Nos primeiros quatro meses, Rafaela cortou totalmente chocolate, pizza, fritura e intensificou os treinos de muay thai que já fazia antes. ?Eu fazia, mas não perdia peso porque comia muito. O que eu perdia de caloria eu comia tudo?, conta. O café da manhã passou a ser um iogurte ou pão integral com queijo. No almoço, três a quatro colheres de sopa de arroz, uma de feijão e um pedaço de carne ou frango. No jantar, Rafaela sempre preferia tomar sopa.
Rafael também controlou a alimentação e passou a fazer exercícios de segunda a sábado. Na academia, a rotina diária era 40 minutos de musculação e 40 minutos de aeróbico. ?Nos três primeiros meses, você deixa tudo que acha bom, mas é só uma questão de costume. Hoje, eu não paro mais, não consigo. Já faz parte da minha vida?. Com 53 quilos perdidos, Rafael mantém o peso e confessa que, no fim de semana, já se ?solta? mais um pouco, como ingerir alguma bebida alcoólica. ?Mas nada que fuja do controle?, ressalta.
Mudanças
Com os resultados na balança e no espelho, o que era para durar três meses tornou-se rotina dos irmãos. Depois de um ano de dieta, Rafael saiu do número 52 do manequim para o 38. A irmã saiu do 56 para o 40 e confessa que está bem mais vaidosa. ?A maneira que as pessoas te olham é diferente. Não tem explicação. Eu me sinto bem melhor, me sinto mais ativa?, conta orgulhosa Rafaela. Atualmente, além do muay thai, ela faz musculação e corre cinco quilômetros cinco vezes por semana. ?Sempre quis fazer corrida, mas não conseguia?.
?Muda tudo. Você tem mais fôlego, toda roupa fica bem. A saúde melhora?, complementa o estudante. As mudanças não ficaram somente na vida dos dois irmãos. A família toda resolveu também entrar na aposta e servir de incentivo para os dois. O pai do casal emagreceu 12 quilos, e a namorada de Rafael perdeu dez quilos. ?Como todo mundo entrou junto, ficou mais fácil. Ficava bastante motivado?, revela Rafael.
?A rotina de casa mudou. Refrigerante sempre tinha na mesa e, hoje, mal tem na geladeira?, diz a cearense.