A irmã do suspeito de comandar a morte do pai, tia e prima, Jamille Brito-Merbach, foi a única a visitar Jimmy Robert na cadeia, segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejus). A visita aconteceu na quinta-feira (24), antes do enterro da família Belota. Os três presos, que confessaram o triplo homicídio, permanecem presos em celas isoladas em diferentes presídios de Manaus.
De acordo com o secretário-executivo da Sejus, coronel Bernardo Encarnação, as visitas seriam liberadas apenas após dez dias da prisão, mas como Jamille mora no exterior, foi liberada a conversa com o irmão. "A jovem veio da Alemanha para o enterro dos familiares e disse que gostaria de visitar o Jimmy. Ela foi até a cadeia, onde conversou isoladamente com ele por cerca de 20 minutos. Não temos informações sobre o que eles falaram", disse.
O coronel afirmou ainda que nenhum familiar dos outros dois suspeitos, Rodrigo de Moraes Alves, de 19 anos, e Ruan Pablo Bruno Cláudio Magalhães, 18, solicitou visita aos envolvidos no caso.
Os três ficariam presos na Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, no Centro, segundo o delegado de Homicídios, Divanilson Cavalcanti, mas a decisão foi alterada por medo de rebelião no local para matar os suspeitos. Segundo a polícia, um crime como o triplo homicídio da família Belota revolta os detentos, que geralmente ameaçam "eliminar" os envolvidos. No entanto, a Sejus afirmou que nenhum tipo de ameaça contra o trio chegou a ser registrada pelas autoridades.
Jimmy, Rodrigo e Ruan Pablo permanecem isolados em celas comuns de diferentes penitenciárias. Jimmy Robert foi encaminhado à Unidade Prisional Puraquequara (UPP), Rodrigo para o Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat) e Bruno para o Centro de Detenção Provisória (CDP).
Apesar de terem confessado o crime, a Sejus informou ainda que os presos não comentam sobre o homicídio na cadeia. Eles são considerados comportados.
A Sejus não tem previsão para que os suspeitos deixem as celas isoladas. Por enquanto, eles não participam de banho de sol ou qualquer outra atividade de contato com outros detentos. A medida visa a segurança do trio. A direção das três penitenciárias, em conjunto com a Sejus, deverá avaliar o momento mais propício para que eles deixem as celas isoladas.
Os três confessaram o crime e foram indiciados por triplo homicídio qualificado, formação de quadrilha, maus tratos contra animais e, no caso de Rodrigo, além desses, porte ilegal de armas. Jimmy foi o último a confessar. Segundo o delegado Divanilson Cavalcanti, o familiar das vítimas só disse que havia planejado o crime quando percebeu que estava sozinho. "Quando retornaram à Delegacia, os outros dois suspeitos receberam alimentação da família. Foi aí que o Jimmy percebeu estar sozinho. Não havia ninguém para auxiliá-lo e dar esse apoio. Nesse momento, ele percebeu o erro que fez e passou ajudar nas investigações, relatando, minuciosamente, o planejamento e mortes das vítimas", contou o delegado.
Entenda o caso
Maria Gracilene e a filha Gabriela Belota foram encontradas mortas pela empregada doméstica por volta das 8h, na manhã de terça (22). Segundo a polícia, ambas apresentavam sinais de estrangulamento, no apartamento da família, localizado no Condomínio Parque Solimões, Zona Sul de Manaus. O cachorro da vítima, um yorkshire chamado Rick, também foi morto.
O corpo da filha, que era estudante do curso de Odontologia da Universidade do estado do Amazonas (UEA) e dona do blog de moda Se Joga, estava em cima de uma cama, enrolado em um lençol e o da mãe, que era coordenadora-geral de Comércio Exterior da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), no corredor da residência.
Segundo a polícia, Jimmy usou o cachorro de Gabriela como disfarce para o crime. Ele disse para a prima que ia passear com Rick no condomínio e deu a chave do apartamento para o namorado, que entrou no local com o outro suspeito e matou a jovem.
O pai de Jimmy, Roberval Roberto de Brito, de 63 anos, foi encontrado morto também na terça-feira, na casa em que vivia. Conforme a Polícia Militar, ele foi encontrado jogado em cima da cama com as mãos amarradas, também com sinais de estrangulamento.