TEERÃ (Reuters) - O Irã apresentará uma queixa às Nações Unidas sobre o que vê como uma ameaça do presidente dos EUA, Barack Obama, de atacar o país com armas nucleares, informou o ministério das Relações Exteriores iraniano neste domingo.
Obama deixou claro na semana passada que o Irã e a Coreia do Norte estão excluídos dos novos limites no uso de armas atômicas, algo que Teerã interpreta como uma ameaça de um adversário de longa data.
"A recente declaração do presidente dos EUA... implicitamente intimida a nação iraniana com o uso de armas nucleares", disse o líder supremo iraniano, o Aiatolá Ali Khamenei, em um encontro televisionado com autoridades militares e civis.
"Esta declaração é muito estranha e o mundo não deveria ignorá-la, já que no século 21, que é a era de apoio aos direitos humanos e da campanha contra o terrorismo, o líder de um país ameaça com uma guerra nuclear".
Ramin Mehmanparast, porta-voz do ministério das Relações Exteriores, disse à agência de notícias semioficial Fars que o Irã irá apresentar uma reclamação formal à ONU, gesto apoiado por uma carta assinada por 255 dos 290 membros do parlamento iraniano.
Obama pressiona outras potências globais a concordar com uma quarta rodada de sanções da ONU contra o Irã por sua recusa em interromper seu programa nuclear, que o Ocidente suspeita almejar a construção de bombas, acusação que o Irã nega.
Na sexta-feira, o presidente Mahmoud Ahmadinejad disse que o programa nuclear de seu país é "irreversível", apesar dos limites à importação de tecnologia estrangeira e da ameaça de novas sanções, e revelou o protótipo de uma centrífuga aperfeiçoada que deverá enriquecer urânio mais rápido do que os modelos existentes.