Ipês florescem em Teresina

As flores dos ipês colorem a capital, mas também têm um papel muito importante, porque essa florada serve também de alimento para muitos animais

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"A despeito de toda a nossa loucura, os ipês continuam fiéis à sua vocação de beleza, e nos esperarão tranquilos", escreveu no livro Tempus Fugit, o educador e escritor apaixonado pela natureza, Rubem Alves, inspirado em um dos espetáculos que muitos brasileiros contemplam anualmente. A beleza da árvore nativa do Brasil, que alegra os olhos dos moradores de Teresina, é convidativa para fotos e também para os momentos de admiração dos tons coloridos em meio ao período mais seco do ano.

O segundo semestre é sempre ornamentado pelo roxo, rosa, branco e amarelo da árvore que possui um nome advindo da língua indígena tupi, que significa casca dura. Ribamar Rocha, biólogo e doutor em Botânica,  explicou as peculiaridades dessa árvore de grande distribuição. 

Crédito: José Alves Filho

De acordo com ele, existem mais de 200 espécies e pode medir de 6 a 25 metros.  “O ipê tem um papel muito importante, porque essa florada serve também de alimento para muitos animais, que nessa época vão encontrar pouca disponibilidade de alimentação, tendo em vista que a mata está seca”, explica.

O conjunto dessas variedades começa em junho e vai até dezembro. “Geralmente, o ipê-rosa tem uma floração inicial no mês de junho até setembro, em seguida, surge o amarelo, que tem um período maior de floração, depois vem o branco e o roxo, que também possui uma floração em um período maior”, destaca. 

Além de contribuir para a natureza, outro aspecto forte é o de embelezar os ambientes. Comum nas praças, próximos às avenidas principais, sítios e em casas, a exuberância toma de conta do espaço.

“É uma ótima árvore para ser plantada, pois ela tem um valor de ornamentação. A madeira, nobre, tem uma vantagem de ter raízes profundas, então apresenta pouco risco de destruir as construções próximas, além de ser resistente às ventanias”, constata.

Mas os ipês também são alvos da exploração. “Ele tem sido prejudicado mais ainda devido sua utilização como medicamento. Por apresentar princípios que a população já reconhece na medicina popular, por exemplo”, conta. A parte colhida, para a produção de medicamentos, é a casca. 

Nesse período, é quando a árvore fica mais frágil. “Só que quando ela está florida, ela perde todas as suas folhas, então ela está exatamente no momento mais frágil do ciclo de vida dela. Isso faz com que essas árvores morram por inanição”, enfatiza.

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