Quem costuma utilizar a internet sabe que é necessário ter uma conexão razoável para aproveitar todos os detalhes da grande rede. Com isso, a velha linha discada está caindo em desuso, dando espaço para serviços de banda larga, que prometem maiores velocidades e uma melhor estabilidade. Mas muitas vezes esses benefícios ficam apenas na promessa mesmo: algumas operadoras de serviços de banda larga são alvo constante de reclamações, por conta da instabilidade das conexões.
A Velox, serviço de internet fornecido pela operadora Oi e que utiliza o telefone fixo sem ocupar a linha, tem apresentado algumas falhas em diversas regiões de Teresina, deixando os usuários sem conseguir estabelecer conexões. Quando o assunto é a banda larga através da tecnologia 3G, o quadro é mais difícil: as conexões através de modems portáteis, que utilizam a tecnologia adotada pela terceira geração de telefonia móvel, são ainda mais problemáticas.
Um levantamento feito pelo Procon-PI identificou muitas queixas de consumidores teresinenses com relação a esses serviços, principalmente no que diz respeito à velocidade e estabilidade das conexões. O Procon não forneceu o número exato de processos, mais informou que as operadoras Tim e Claro são as que mais aparecem nas queixas dos clientes.
Há registros, inclusive, de ações públicas, uma contra a Tim e outra contra a Claro, por conta da necessidade de pagar uma multa por quebra de contrato. Em um desses processos, o juiz já concedeu liminar determinando que a multa não fosse paga, pois o cliente quis desligar-se da operadora por não estar satisfeito com o serviço. Geralmente, as operadoras determinam o prazo mínimo de um ano para que o serviço seja cancelado sem pagar a multa. Ainda de acordo com o Procon, a Velox registra um número menor de reclamações no órgão.
Usuários podem procurar Procon ou a Defensoria
Para o advogado Roberto Freitas, a insatisfação com o serviço é uma argumentação válida para evitar pagar multa ao desligar-se de um serviço que não atende às necessidades. ?Caso não esteja satisfeito, o cliente pode procurar a Delegacia do Consumidor (Decon ou Procon) ou ainda o núcleo do consumidor na Defensoria Pública Estadual?, disse.
Freitas afirmou também que o descontentamento com o serviço é uma argumentação importante para que o cancelamento seja feito sem que haja o pagamento de multa rescisória. O estudante Júnior Pontes é mais um teresinense que sofreu com uma internet 3G. As quedas constantes o irritaram e ele mudou de operadora, atualmente utiliza a Claro. Apesar das reclamações que são registradas contra a operadora, ele disse que até agora o serviço tem apresentado estabilidade em sua casa, no bairro Lourival Parente.
?No entanto, as operadoras prometem uma determinada velocidade, mas nuca cumprem esse índice. As pessoas pagam por uma conexão de 1 megabyte por segundo, e só podem usar cerca de 900 kilobytes, por exemplo.
Algumas empresas determinam, no próprio contrato, que só são obrigadas a fornecer no mínimo 10% da velocidade contratada, e só com a conexão abaixo dessa velocidade é que o consumidor pode reclamar?, disse Junior. (D.L.)