Neste sábado (24), Volodymir Zelensky, presidente da Ucrânia, assegurou que o país triunfará sobre as forças russas, mesmo diante dos recentes avanços das tropas de Moscou e da diminuição do apoio ocidental. A invasão já completa dois anos.
"Nós estamos lutando por isto durante 730 dias de nossas vidas. E nós venceremos, no melhor dia das nossas vidas", afirmou Zelensky em um evento ao ar livre no aeroporto de Gostomel, perto de Kiev.
"Qualquer pessoa normal deseja que a guerra termine. Mas ninguém permitirá o fim da Ucrânia", declarou Zelensky, antes de enfatizar que a disputa deve terminar "em nossos termos" e com uma paz "justa".
O presidente ucraniano discursou ao lado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e dos primeiros-ministros do Canadá, Itália e Bélgica, Justin Trudeau, Giorgia Meloni e Alexander de Croo respectivamente, que visitam Kiev para expressar apoio ao país no aniversário de dois anos do conflito.
Meloni presidirá em Kiev uma reunião virtual do G7 sobre a Ucrânia, que examinará uma nova série de sanções contra Moscou. As medidas foram anunciadas recentemente por Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido.
A chefe de Governo também vai assinar com o presidente ucraniano um acordo bilateral de segurança, similar aos que Kiev anunciou nas últimas semanas com Reino Unido, Alemanha, França e Dinamarca.
"A luz sempre prevalece sobre as trevas", afirmou algumas horas antes o comandante das Forças Armadas ucranianas, general Oleksander Sirski.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, esperava ocupar a capital Kiev em poucos dias quando ordenou a invasão, em 24 de fevereiro de 2022. Mas as tropas de seu país sofreram derrotas humilhantes para a resistência ucraniana.
A Ucrânia, por sua vez, teve os planos frustrados em 2023 com o fracasso de uma grande contraofensiva no verão (hemisfério norte, inverno no Brasil). Atualmente, o Exército de Kiev enfrenta a escassez de soldados, munições e de baterias antiaéreas.
A presença de vários líderes ocidentais neste sábado em Kiev não modifica a realidade: a ajuda dos Estados Unidos está bloqueada pelos opositores republicanos do presidente Joe Biden, e a assistência da União Europeia enfrenta atrasos.
Zelensky afirmou na sexta-feira que as decisões sobre a entrega de ajuda militar devem ser "a prioridade".
"Nossa infantaria teve que enfrentar tanques, aviões e artilharia do inimigo com rifles e granadas", declarou um recruta de 39 anos de Kiev, que está em combate há dois anos e se identifica com o codinome 'Sportsman'.
A Rússia prossegue com os ataques contra cidades ucranianas com mísseis e drones. Três pessoas morreram durante a madrugada em Dnipro e Odessa, segundo as autoridades locais.