A Ucrânia realizou uma série de ataques com drones contra bases aéreas em diferentes regiões da Rússia neste domingo (1º), atingindo dezenas de aviões militares. A informação foi confirmada por uma fonte do Serviço de Segurança Ucraniano (SBU) à CNN.
ATAQUES CONFIRMADOS
O Ministério da Defesa da Rússia também reconheceu os ataques, que ocorreram em aeródromos militares localizados em cinco regiões: Murmansk, Irkutsk, Ivanovo, Ryazan e Amur. O governo russo informou que incêndios atingiram várias aeronaves e que parte dos ataques foi interceptada.
Segundo a fonte ucraniana, os drones foram lançados a partir de caminhões camuflados dentro do território russo. Pelo menos quatro bases aéreas foram alvo da ação. Entre os aviões atingidos estariam bombardeiros estratégicos do tipo TU-95 e Tu-22M3, além de uma das poucas aeronaves russas do modelo A-50, usada para vigilância aérea.
O SBU informou que a operação causou danos de mais de US$ 2 bilhões e que os responsáveis pela missão já retornaram à Ucrânia. Vídeos compartilhados com a imprensa mostram incêndios em um dos aeródromos atingidos, localizado em Belaya, na região de Irkutsk. A CNN verificou a localização de parte das imagens, mas não confirmou todo o material de forma independente.
Ainda de acordo com a fonte ucraniana, a operação foi complexa. Os drones estavam escondidos sob telhados de estruturas de madeira montadas sobre caminhões. Quando acionados remotamente, os compartimentos se abriram para permitir o lançamento.
Maior ataque noturno desde 2022
Enquanto os ataques dentro da Rússia ocorriam, a Força Aérea da Ucrânia afirmou que o país enfrentou o maior bombardeio noturno desde o início da guerra, em fevereiro de 2022. Segundo as autoridades ucranianas, a Rússia lançou 472 drones e sete mísseis durante a madrugada de domingo. O sistema de defesa aérea da Ucrânia informou ter abatido 382 drones e três mísseis.
Tentativa de negociação
Nesta segunda-feira (2), representantes da Rússia e da Ucrânia devem se encontrar em Istambul, na Turquia, para mais uma rodada de negociações diretas. Os encontros buscam avançar em discussões sobre um possível acordo de paz.
Segundo autoridades norte-americanas, o conflito já causou mais de 1,2 milhão de mortos e feridos. O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressionou por um acordo e disse que poderá retirar o apoio caso não haja avanços, o que transferiria a responsabilidade militar para os países europeus.