Uma crise sem precedentes entre Argentina e Venezuela vem se intensificando nos últimos dias, com Caracas anunciando o fechamento de seu espaço aéreo para voos provenientes da Argentina. A medida, adotada a partir de terça-feira (12), foi uma resposta ao governo argentino ter entregado aos EUA um Boeing 747 pertencente à Emtrasur, uma subsidiária de carga da Conviasa, empresa aérea estatal venezuelana.
ENTENDA O CASO - O avião, retido em junho de 2022 pelas autoridades argentinas em Córdoba, transportava peças automotivas do México. Após um pedido de confisco dos EUA, alegando que o avião tinha ligações com as Forças Quds, braço de elite da Guarda Revolucionária do Irã, a tripulação foi detida e a aeronave permaneceu em solo argentino.
Em fevereiro de 2024, uma decisão judicial argentina autorizou a entrega do avião às autoridades dos EUA, irritando o presidente venezuelano, Nicolás Maduro. As tensões entre os dois países já vinham aumentando desde a ascensão de Javier Milei ao poder na Argentina, em dezembro de 2023.
RETALIAÇÃO - Milei, economista ultraliberal, tem criticado Maduro como um "socialista empobrecedor". Em retaliação ao incidente com o avião, Maduro anunciou o fechamento do espaço aéreo venezuelano para voos argentinos, tanto de carga quanto turísticos.
O ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yván Gil, acusou o governo argentino de "neonazista" e "submisso aos EUA", e chamou as ações de Buenos Aires de "atos de pirataria e roubo".
A decisão de Caracas irritou Buenos Aires, pois a principal companhia aérea argentina, a Aerolíneas Argentinas, depende do espaço aéreo venezuelano para muitos de seus voos internacionais. Em resposta, o governo argentino anunciou que tomará "ações diplomáticas" contra a Venezuela. A Boeing não se pronunciou sobre o incidente.
Com informações do g1