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Vaticano nega autenticidade de supostas aparições de Jesus na França

Instrução aprovada pelo papa Leão XIV afirma que relatos de aparições na cidade de Dozulé, na Normandia, não têm origem sobrenatural.

Papa Leão XIV | Foto: Vaticano
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O Vaticano declarou nesta quarta-feira (12) que as alegadas aparições de Jesus Cristo na cidade de Dozulé, no norte da França, não devem ser consideradas genuínas. A decisão foi publicada em uma nova instrução aprovada pelo papa Leão XIV e emitida pelo principal escritório doutrinário da Santa Sé.

Segundo o documento, o fenômeno relatado “deve ser considerado, definitivamente, como de origem não sobrenatural, com todas as consequências que decorrem dessa determinação”. O texto orienta os fiéis a não reconhecerem as aparições como autênticas manifestações divinas.

Cruz de 7 metros erguida em Dozulé | Foto: Cyrille161 via Wikimedia Commons 

Os relatos tiveram início na década de 1970, quando uma moradora católica da cidade afirmou ter visto Jesus 49 vezes. De acordo com a mulher, durante as supostas aparições, Cristo teria transmitido mensagens e ordenado a construção de uma cruz de 7,38 metros em uma colina da região.

O Vaticano destacou que “Jesus pode responder às orações, mas não fez aparições especiais em uma pequena cidade no norte da França”. A instrução também lembrou que uma das mensagens atribuídas a Jesus indicava que o mundo acabaria antes do ano 2000. “Claramente, essa suposta profecia não foi cumprida”, afirmou o documento.

Em nota, o Vaticano comentou ainda sobre o simbolismo da cruz mencionada nos relatos.

 “A Cruz não precisa de 738 metros de aço ou concreto para ser reconhecida: ela é erguida toda vez que um coração, movido pela graça, se abre para o perdão”, disse a Santa Sé.

O órgão doutrinário reiterou que a Igreja Católica possui um processo formal de avaliação para casos de supostas aparições e orientou que os fiéis evitem associar fenômenos não comprovados a práticas devocionais ou ganhos financeiros.

Entre as aparições reconhecidas oficialmente pela Igreja estão a de Nossa Senhora de Guadalupe, no México, em 1531, e as visões de Jesus relatadas pela irmã polonesa Faustina Kowalska na década de 1930. Recentemente, o Vaticano também emitiu um decreto que esclarece os títulos atribuídos à Virgem Maria, reforçando que ela não deve ser chamada de “corredentora”, já que, segundo a doutrina católica, apenas Jesus redimiu a humanidade por meio de sua crucificação e morte.

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