Após ser atacada sexualmente em uma rua próxima à sua casa, em Camden, Londres, uma jovem britânica de 20 anos resolveu lançar uma campanha na internet ressaltando que essas situações não são culpa das vítimas, e pedindo o apoio da comunidade contra ataques.
Como parte da iniciativa, a estudante de Oxford, Ione Wells, publicou uma carta aberta ao seu agressor no jornal universitário de Cherwell descrevendo a sua experiência. Devido à repercussão da carta na internet, o relato vem sendo replicado por jornais britânicos, como "The Times of London" e o "Telegraph".De acordo com Wells, o ataque aconteceu no dia 11 de abril, quando ela voltava para casa, tarde da noite.
O agressor seguiu a universitária até uma rua, após ela sair do metrô, e então a puxou pelo cabelo, bateu a sua cabeça contra o asfalto e rasgou o seu sutiã, antes de vizinhos e familiares da jovem interromperem a agressão, depois de ouvirem os seus gritos de socorro."Minha comunidade não irá se sentir insegura andando para casa de noite. Nós iremos pegar o último trem para casa, andar sozinhos pela rua, porque nós não vamos nos submeter à ideia de que estamos nos colocando em perigo ao fazê-lo. Nós nos manteremos juntos, como um exército, quando qualquer membro da nossa comunidade for ameaçado. Essa é uma batalha que você não irá ganhar", afirmou a jovem no relato, ressaltando que ele, na verdade, é uma carta "para todas as vítimas de ataques sexuais e aos membros das suas comunidades"Você subestimou a minha (comunidade). Ou eu devo dizer a sua? Eu poderia dizer algo como 'imagine se fosse com uma pessoa da sua comunidade', mas, ao invés, deixe-me dizer isso.
Não há fronteiras para a comunidade; existem apenas exceções, e você é uma delas", concluiu Wells na carta.O agressor da universitária, um jovem de 17 anos, foi detido pela polícia e será levado a julgamento em 6 de maio.Desde a publicação da carta, o site do jornal de Cherwell vem encorajando vítimas a compartilharem as suas experiências "como forma de estabelecer um intenso senso de comunidade para se sobrepor à caracterização incorreta de vítimas".Em sua conta no Twitter, Wells agradeceu pela repercussão da iniciativa, batizada com a hashtag #notguilty ("não culpada")."Wow - que comunidade fantástica. VOCÊS provaram os meus argumentos sobre comunidade com o seu apoio. Obrigado. Vamos fazer isso! #notguilty", escreveu a jovem em seu perfil.