Uma pessoa morreu e ao menos dez ficaram feridas em um tumulto ocorrido no entorno de um estádio da capital tailandesa, Bancoc, neste sábado.
No estádio estão reunidos milhares de simpatizantes do governo, que tentam demonstrar apoio à primeira-ministra perante a série de manifestações oposicionistas que ela enfrenta nos últimos dias.
É o primeiro caso de grave violência registrado na série de manifestações, cujo clima vinha sendo, até então, descrito como "pacífico".
Conforme as autoridades, ao menos cinco pessoas foram baleadas e outras cinco foram feridas por facadas ou pedradas. Testemunhas afirmaram à agência de notícias britânica Reuters terem visto oposicionistas, armados com paus, espancando pessoas, nas proximidades.
Cerca de 3.000 policiais foram mobilizados para reforçar a segurança do estádio.
Os protestos começaram a se dispersar no início desta noite, mas os líderes da oposição já convocavam uma nova reunião para o domingo (1º).
Mais cedo, oposicionistas já tinham tentado invadir a sede do governo e atacar um ônibus de simpatizantes, também em Bancoc. Nenhum dos dois episódios, no entanto, tinha deixado vítimas. Diversos prédios oficiais permanecem cercados por manifestantes, na capital e em outras regiões do país.
EMBATE
Os oposicionistas, chamados "camisas amarelas", acusam o governo da premiê, Yingluck Shinawatra, de servir aos propósitos do irmão dela, Thaksin. Ele foi deposto do cargo de premiê em 2006 e, atualmente, vivendo no exílio, em Dubai. Os simpatizantes do governo são chamados de "camisas vermelhas".
O estopim da atual onda de protestos -- que começou em outubro passado, mas se intensificou no último domingo (24)-- foi uma proposta de uma lei de anistia que, para os "camisas amarelas", pretende livrar Thaksin de uma condenação a dois anos de prisão por fraude financeira, permitindo, assim, sua volta à política tailandesa.
O texto já foi rejeitado pelo Senado, mas isso não foi capaz de acalmar os manifestantes.
Em 2010, 100 mil manifestantes ocuparam o centro de Bancoc para pedir a queda do governo, antes de um golpe das Forças Armadas. A crise deixou 90 mortos
O país já passou por 18 golpes de Estado ou tentativas de golpe desde o estabelecimento da sua monarquia constitucional, em 1932.