O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que poderia considerar a redução das tarifas sobre produtos brasileiros, mas “sob as circunstâncias certas”. Trump confirmou ainda que irá se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste domingo (26), na Malásia, durante a participação de ambos na cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).
Este será o primeiro encontro oficial entre Lula e Trump desde o início da crise provocada pelo tarifaço de 50% aplicado pelos EUA sobre produtos brasileiros. Também marca a primeira reunião presencial desde que Trump reassumiu a presidência do país norte-americano.
Durante o embarque para a Ásia, Trump respondeu a repórteres que uma redução de tarifas seria possível “sob as circunstâncias certas”. Sobre o encontro com Lula, disse: “Acredito que sim”.
Os presidentes devem aproveitar a cúpula da Asean para discutir temas econômicos e comerciais bilaterais. Segundo o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, Trump buscará maneiras de resolver questões bilaterais, incluindo o comércio, com o objetivo de fortalecer os laços com o Brasil como parceiro estratégico.
“Achamos que, a longo prazo, é benéfico para o Brasil nos tornar seu parceiro de escolha e comércio, em vez da China”, afirmou Rubio à imprensa.
Histórico recente de aproximação
Lula e Trump vêm se aproximando desde setembro. Durante a Assembleia das Nações Unidas, ambos afirmaram ter tido uma “boa química”. No início deste mês, mantiveram uma conversa de 30 minutos por telefone, intermediada pelas diplomacias dos dois países.
Na ligação, Lula solicitou a revogação de sanções contra autoridades brasileiras e pediu a retirada de uma sobretaxa de 40% sobre produtos brasileiros, em vigor desde agosto. A expectativa é que estes temas sejam tratados no encontro deste domingo.
Questões regionais também podem ser abordadas
Auxiliares de Lula indicam que ele pode aproveitar a reunião para abordar investidas dos EUA contra Venezuela e Colômbia. O presidente brasileiro já afirmou que é contra qualquer tipo de intervenção em países da América do Sul, posição que deve marcar sua postura durante o encontro com Trump.