O Departamento de Defesa dos Estados Unidos informou nesta quarta-feira (22) que iniciou o envio de tropas para reforçar a segurança na fronteira com o México. Até o momento, 500 fuzileiros navais foram deslocados para a região, e a previsão é de que até 10 mil militares sejam enviados nos próximos meses. Atualmente, cerca de 2.200 integrantes da Guarda Nacional já atuam na área. De acordo com autoridades de Defesa, as forças armadas podem utilizar aeronaves militares para acelerar a deportação de imigrantes em situação irregular.
Contexto
A decisão faz parte de uma série de medidas adotadas pelo governo Donald Trump para intensificar o controle na fronteira sul dos Estados Unidos. Logo em seu primeiro dia no cargo, o presidente decretou estado de emergência na região e anunciou um conjunto de ações para conter o fluxo de imigrantes ilegais.
“Essa é uma consequência direta das medidas implementadas desde o início da administração Trump, que busca fazer da segurança interna uma prioridade do Departamento de Defesa”, afirmou Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca.
Iniciativas do governo
Envio de tropas adicionais: Reforço com soldados do Exército e da Guarda Nacional.
Ampliação dos poderes de agentes federais: Mais autonomia para deter suspeitos de imigração irregular.
Retomada da construção do muro: Liberação de recursos para concluir as obras na fronteira.
Mudanças em políticas humanitárias: Encerramento de programas que permitiam a entrada de estrangeiros em situações de emergência.
Revisão do direito à cidadania: Decreto que encerra a cidadania automática para filhos de estrangeiros nascidos em território americano.
Reações e oposição
As medidas foram criticadas por líderes democratas e enfrentam desafios legais. Diversos estados comandados pelo partido entraram com ações judiciais para contestar a constitucionalidade das ordens executivas de Trump. “Trump não é um rei. Ele não pode reescrever a Constituição com um simples golpe de caneta”, declarou Matthew Platkin, procurador-geral de Nova Jersey, um dos estados que ingressaram com processos contra o governo federal.
Como era
Durante a gestão de Joe Biden, a deportação expressa era aplicada de forma mais restrita. No caso de imigrantes que chegavam por via terrestre, a medida só era válida para quem fosse detido a até 160 km da fronteira e estivesse no país há menos de 14 dias. Por via marítima, a deportação expressa era limitada a quem estivesse no território há menos de dois anos.
As mudanças sinalizam uma virada drástica na abordagem do governo em relação à imigração e segurança na fronteira, destacando um dos temas mais polarizados da política americana.