Principal mediador da atual guerra no Oriente Médio, o Qatar afirmou nesta segunda-feira (27) que o cessar-fogo iniciado na última semana e prestes a acabar entre Israel e Hamas foi prorrogado por mais dois dias. O anúncio foi feito pela chancelaria do país no X. Mais cedo, o gabinete do premiê Binyamin Netanyahu afirmou estar avaliando a quarta e última leva de reféns que podem ser libertados e, no final da tarde no horário local, disse já ter notificado as famílias daqueles que retornarão a Israel nas próximas horas.
Uma pessoa com proximidade do assunto havia dito à agência Reuters que havia um problema com os nomes e que mediadores estavam trabalhando com os dois lados para evitar atrasos. Ainda não está claro qual é o empecilho com esta última lista, mas três pessoas próximas à discussão disseram à emissora americana CNN que o problema era a falta de garantia de que as crianças mencionadas serão devolvidas com suas mães e avós, que também podem estar em cativeiro. O acordo prevê que familiares sejam libertados juntos.
Há ainda outro problema: nem todos os reféns estão sob o domínio do Hamas. Entre 40 e 50 sequestrados estão sendo mantidos pelo Jihad Islâmico e outros grupos militantes. O cessar-fogo, negociado pelo Qatar com o apoio dos Estados Unidos e do Egito, entrou em vigor na sexta-feira (24). A negociação previa inicialmente quatro dias de trégua, entrada de ajuda humanitária em Gaza, libertação de 50 dos mais de 200 reféns mantidos no território e saída de 150 palestinos das prisões israelenses.
Desde então, 39 reféns e 117 presos palestinos foram libertados. Outros 24 sequestrados, a maioria tailandeses que trabalhavam em Israel, foram liberados à margem do acordo. Segundo o Egito nesta segunda devem ser libertados 11 reféns israelenses e 33 prisioneiros palestinos. Omar Abdullah Al Hajj, 17, é um dos palestinos que estavam em prisões israelenses e foram libertados no domingo (26). Ele disse à Reuters que não tinha ideia do que estava acontecendo no mundo exterior.
(Com informações da FolhaPress)