Taxa de pobreza na Argentina atinge 57,4%, nível mais alto em duas décadas

Em janeiro deste ano, a taxa de pobreza atingiu o maior patamar em 20 anos, afetando cerca de 27 milhões de argentinos

Pobreza atingiu 57,4% da população argentina em 2024 | Juan Mabromata/AFP
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A recente divulgação do relatório "Argentina século XXI: Dívidas sociais crônicas e desigualdades crescentes. Perspectivas e desafios", pelo Observatório da Dívida Social Argentina, revelou que a pobreza no país aumentou significativamente. Em janeiro deste ano, a taxa de pobreza saltou para 57,4%, representando o maior patamar em 20 anos e afetando cerca de 27 milhões de argentinos. Essa cifra alarmante contrasta com os 49,5% registrados em dezembro de 2023.

O relatório atribui esse avanço diretamente à desvalorização implementada pelo governo em dezembro passado, resultando em aumentos nos preços das cestas básicas e dos alimentos em geral. Essa situação persistiu apesar dos ajustes em fontes secundárias de renda, como aposentadorias e rendimentos do trabalho. Além disso, a indigência foi identificada em 15% da população, segundo o estudo.

O diretor do Observatório da Dívida Social da Universidade Católica da Argentina, Agustín Salvia, enfatizou que essas conclusões baseiam-se em simulações estatísticas "a partir dos dados da pesquisa do terceiro trimestre do ano passado", segundo publicação de O Globo.

Ele alertou para a gravidade da situação, destacando que os mais afetados são "a classe média baixa e os trabalhadores de baixa qualificação". "Não creio que estejamos muito longe do que está acontecendo".

Salvia comparou a situação atual com a crise de 2001-2002, quando os indicadores de pobreza atingiram seu pico, ressaltando a urgência de uma resposta eficaz por parte do governo para evitar uma crise social ainda mais grave. "A diferença é que naquela época estávamos saindo de uma crise e agora, se o programa do governo não funcionar, estamos entrando nela", alertou Salvia na reportagem de O Globo. 

O relatório também apontou que as famílias de classe média e baixa que não são beneficiárias de programas sociais foram duramente atingidas. Enquanto isso, entre os beneficiários desses programas, a taxa de pobreza aumentou para 85,5% em janeiro de 2024, apesar das políticas de auxílio implementadas.

Diante desse cenário desafiador, o presidente Javier Milei expressou sua preocupação, destacando a necessidade urgente de mudanças e afirmando o compromisso de sua administração em enfrentar essa crise social.

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