Ao menos três pessoas morreram neste sábado (15) após confrontos entre manifestantes de oposição e forças de segurança em Bancoc, capital da Tailândia. Com isso, o total de mortos nos enfrentamentos chega a 21 nas últimas 24 horas.
As mortes deste sábado aconteceram durante um tiroteio entre camisas vermelhas - grupo ligado ao ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto pelos militares em 2006 - armados com pistolas e os soldados do Exército no acesso norte da zona ocupada pelos ativistas, em Bancoc.
Em outro extremo da zona ocupada, perto do parque de Lumpini - muito visitado por turistas - vários manifestantes ficaram feridos quando os soldados abriram fogo após serem atacados com duas granadas, cujos estilhaços atingiram ao menos um militar.
De acordo com o Centro de Emergências Erawan, que coordena a assistência nos hospitais da capital, ao menos 160 pessoas ficaram feridas nos confrontos desde a última quinta-feira (13).
Manifestantes pedem trégua para negociar
A frente antigovernamental dos camisas vermelhas, que quer a renúncia do primeiro-ministro Abhisit Vejjajiva e a dissolução do Parlamento, pediu neste sábado ao governo da Tailândia que ordene ao Exército que pare de atirar contra para que possam discutir soluções políticas.
Um dos chefes dos manifestantes, Natthawut Saikua, disse aos jornalistas no acampamento que as forças de segurança estão matando camisas vermelhas, enquanto mostrava a foto de uma mulher assassinada, segundo ele, pelos soldados.
- Exigimos que o Exército deixe de disparar e que retire a tropa imediatamente para evitar mais mortes. Então poderemos estudar as exigências políticas.
O governo calcula que dentro da chmada zona vermelha, área de Bancoc ocupada pelos opositores, há aproximadamente 6.000l pessoas, embora a frente antigovernamental assegure que são pelo menos 10 mil. As forças de segurança têm licença para disparar e se defender dos tiros e das granadas do tipo M-79 utilizadas pelos manifestantes.
A nova onda de violência começou na última quinta-feira, quando o assessor militar da frente antigovernamental, o general rebelde Khattiya Sawasdipol, levou um tiro na cabeça, aparentemente em disparo de um franco-atirador. O general está em coma profundo, segundo os médicos que o atendem.
Desde o início dos protestos, há dois meses, ao menos 41 pessoas morreram e cerca de 1.400 ficaram feridas em explosões de granadas, tiroteios e enfrentamentos entre tropas e manifestantes.