Um senador do estado de Nova York foi detido nesta terça-feira (2) acusado de corrupção por ter "comprado", mediante intermediários, a candidatura republicana à prefeitura da cidade de Nova York.
Malcolm Smith, de 56 anos, senador democrata do distrito de Queens há 13 anos, é um dos seis funcionários locais detidos pelas autoridades federais neste caso de corrupção, que envolve milhares de dólares.
Segundo a ata de acusação, Smith queria ser o candidato à prefeitura como republicano, mas para isso necessitava da aprovação de três dos cinco republicanos do colégio eleitoral nova-iorquino.
Para isso, com a ajuda de dois intermediários, recrutou o vereador republicano Daniel Halloran, que recebeu US$ 20.500 para convencer dois dos cinco delegados do colégio eleitoral de Nova York a autorizar a candidatura de Smith como um republicano, o lado político que ele considerava mais conveniente para ser eleito, indicou nesta terça-feira o procurador Preet Bharara.
As prisões ocorreram depois da descoberta da realização nos últimos meses de reuniões secretas em veículos ou quartos de hotel, e a existência de grandes somas de dinheiro no caso.
Os dois funcionários do distrito, Vincent Tabone (Queens) e José Savino (Bronx), receberam, em meados de fevereiro, uma primeira soma de US$ 15 mil em dinheiro e mais US$ 25 mil. Cada um receberia mais uma parcela de igual valor, uma vez assinado a papelada para registrar a indicação republicana de Smith, segundo a acusação.
Além disso, Smith prometeu usar sua influência como senador para arrecadar fundos para um projeto de estrada que beneficiaria dois intermediários que se passavam por corretores imobiliários, mas que eram de fato espiões do FBI.
Smith, cujo advogado declarou sua inocência, e Halloran, também detido, serão investigados por corrupção de funcionários políticos e transferência de fundos ilícitos. Enfrentam uma pena máxima de 25 anos de prisão.
As eleições municipais em Nova York estão previstas para novembro.
O atual prefeito, Michael Bloomberg, de 71 anos, exerceu três mandatos desde janeiro de 2002 e não pode se candidatar novamente.