Os Estados Unidos e a Ucrânia assinaram nesta quarta-feira (30) um acordo estratégico para a exploração de terras raras em território ucraniano. O acerto ocorre após meses de negociações tensas e é visto como uma tentativa do presidente americano, Donald Trump, de reduzir a dependência dos EUA em relação às importações chinesas desses minerais.
As terras raras são fundamentais para a produção de tecnologia de ponta, como baterias, semicondutores e equipamentos militares. Com o novo acordo, Washington passa a ter um interesse direto na estabilidade da Ucrânia e na resolução do conflito com a Rússia, liderada por Vladimir Putin.
Embora o texto não inclua cláusulas de segurança ou defesa ao governo ucraniano, autoridades americanas admitem que os EUA poderão agir para proteger seus investimentos no país, caso a guerra no leste europeu continue afetando a área.
Além de reforçar a posição geopolítica dos EUA no leste europeu, o acordo também é interpretado como uma tentativa de Trump de justificar parte dos recursos financeiros enviados à Ucrânia desde o início da guerra.
As terras raras são um grupo de elementos químicos normalmente encontrados na natureza misturados a minérios de difícil extração. Entre os elementos há: escândio, ítrio, cério e praseodímio.
As reservas na Ucrânia também concentram outros recursos naturais (carvão, gás e petróleo) e os chamados minerais críticos, como:
- ferro;
- manganês;
- urânio;
- titânio;
- lítio; e
- minérios de zircônio.
Esses minerais são conhecidos como o 'ouro do século 21'. Eles são cobiçados por grandes grupos da indústria, principalmente para a fabricação de componentes elétricos, como os de smartphones.
Os elementos também são essenciais na fabricação de baterias, equipamentos médicos, armas e componentes da indústria aeroespacial.
Esses recursos representam quase metade do Produto Interno Bruto (PIB) da Ucrânia e dois terços das exportações do país. Hoje há poucos pontos de mineração de terras raras fora da China.