Sai hoje avaliação de brasileiras estupradas

Mulheres foram atacadas, no último dia 24, quando descendentes de escravos agrediram brasileiros em uma região de garimpo

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As duas assistentes sociais e uma psicóloga da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres que estão no Suriname para examinar as mulheres que afirmam ter sido vítimas de estupro e violência sexual concluem hoje (7) à noite o trabalho. As especialistas dizem que algumas das mulheres terão de ser atendidas por médicos. Ainda não há um número exato de quantas seriam as vítimas. A estimativa é de pelo menos 20.

As mulheres foram atacadas, no último dia 24, quando descendentes de escravos agrediram brasileiros em uma região de garimpo no país vizinho. Algumas mulheres disseram que não chegaram a ser estupradas, mas foram mordidas em áreas íntimas e apanharam dos agressores.

De acordo com análises preliminares, algumas das vítimas ainda estão muito fragilizadas em decorrência do ataque que sofreram. Várias precisarão de apoio psicológico. Os médicos deverão prescrever exames para verificação de doenças sexualmente transmissíveis e aids. Mas as especialistas brasileiras ainda não finalizaram o trabalho de atendimento no Suriname.

Há três dias as assistentes sociais e a psicóloga visitam as mulheres que afirmam ter sido estupradas e agredidas sexualmente. As especialistas, enviadas pelo governo brasileiro, foram ao encontro das vítimas em quatro hotéis em Paramaribo (capital do Suriname) e em casa de amigos das mulheres.

A subsecretária de Enfrentamento à Violência da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Aparecida Gonçalves, afirmou que a tarefa desempenhada pelas assistentes sociais e a psicóloga é apenas a primeira etapa do trabalho. Segundo ela, vítimas de agressão sexual devem ser acompanhadas por especialistas no esforço para que se recuperem do trauma.

Na véspera do Natal, na região de Albina (a 150 km de Paramaribo), cerca de 300 quilombolas surinameses, denominados marrons, atacaram aproximadamente 200 brasileiros, chineses e javaneses. Houve agressões físicas, estupros e depredações. Pelo menos 25 brasileiros teriam ficado feridos, alguns deles mais graves, como um homem que correu risco de amputar o braço.

O ataque quilombola aos brasileiros teria sido motivado pelo assassinato de um deles. Um brasileiro, que ainda está foragido, é acusado de matar um integrante da comunidade quilombola em um restaurante de Albina. De acordo com relatos, os quilombolas costumam vingar a morte dos seus com grandes ações.

Oficialmente não há registros de mortes. Mas alguns dos 15 mil brasileiros que vivem no Suriname afirmam que há desaparecidos. Por questão de segurança, a Embaixada do Brasil em Paramaribo retirou os brasileiros da área de Albina. O governo do Suriname mantém o reforço do policiamento em Albina e em outras regiões consideradas de risco.

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