Presta depoimento nesta segunda-feira a testemunha-chave contra o ex-premiê da Itália Silvio Berlusconi no processo sobre abuso de poder. A marroquina Karima el Mahrough, 20, conhecida como Ruby, teria feito relações sexuais com o premiê quando ela ainda era menor de idade.
A acusação, feita por prostitutas no fim de 2010, minou a popularidade do então chefe de governo e foi um dos motivos para sua renúncia, em 2011. Além deste processo, Berlusconi ainda responde a outros quatro processos.
Ruby deveria ter prestado depoimento em dezembro passado, mas não foi à audiência e justificou a ausência por estar de férias com a família no México. A Promotoria acusa Berlusconi de ter pago a viagem para atrasar o julgamento.
Berlusconi e Ruby negam terem mantido relações sexuais. No processo, Berlusconi também é acusado de abuso de poder, por ter usado sua posição de chefe do governo para pressionar a Prefeitura de Milão a liberar a jovem depois de ser presa por roubo, em maio de 2010.
O ex-premiê diz que interveio perante a polícia de Milão para "evitar um incidente diplomático" com o Egito, já que acreditava que Ruby era sobrinha do então ditador do Egito, Hosni Mubarak.
Na mesma audiência, o advogado de defesa, Niccolo Ghendini, pediu que o julgamento seja suspenso até fevereiro, quando acontece a eleição parlamentar no país, em que Berlusconi concorre.
Os defensores dizem que temem por um uso eleitoral do processo judicial pelos adversários de Berlusconi. Ele disputa uma vaga no Parlamento por sua coalizão de centro-direita, no pleito que substituirá o atual primeiro-ministro, Mario Monti.
Berlusconi foi primeiro-ministro por quatro períodos, sendo o último entre 2008 e 2011, quando saiu do cargo em meio à crise financeira do país e respondendo a quatro processos judiciais.