O Reino Unido, a França e a Ucrânia concordaram em elaborar um plano de cessar-fogo na guerra para apresentar aos Estados Unidos, disse o primeiro-ministro britânico Keir Starmer neste domingo (2), antes de cúpula de líderes europeus em Londres para discutir apoio a Volodymyr Zelensky.
"Concordamos que o Reino Unido, juntamente com a França e possivelmente mais um ou dois países, trabalhará com a Ucrânia em um plano para interromper os combates. E então discutiremos esse plano com os Estados Unidos. (...) É realmente importante mantermos nosso foco central, que é a paz duradoura na Ucrânia", afirmou Starmer em entrevista à rede britânica BBC.
Starmer descreveu a decisão como "um passo na direção" certa após o bate-boca entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e Zelensky na Casa Branca na sexta-feira. Na ocasião, Trump acusou o presidente ucraniano de ser ingrato pelo apoio dos EUA na luta contra a invasão russa, e o encontro terminou sem a assinatura do acordo de terras raras na Ucrânia.
"Em vez de cada país da Europa avançar separadamente, o que seria bastante lento, provavelmente precisamos formar agora uma coalizão dos dispostos", disse Starmer.
Além disso, líderes europeus se reunirão em Londres neste domingo para discutir apoio para à Ucrânia, encarado como um importante passo para avançar em direção ao final do conflito. O objetivo do encontro é discutir ajuda militar à Ucrânia e garantir a segurança dos países europeus.
Starmer também afirmou à BBC que está focado em atuar como um mediador para restaurar as negociações de paz e criar uma nova oportunidade de aproximação entre Trump, Zelensky e o presidente francês, Emmanuel Macron, em vez de “aumentar a retórica”. Starmer e Macron conversaram novamente com Trump após o bate-boca de sexta-feira.
O premiê britânico também disse à BBC que "a relação entre os EUA e o Reino Unido é a mais próxima entre dois países no mundo", e por isso acredita que os EUA trabalharão junto com o Reino Unido para um cessar-fogo na guerra da Ucrânia caso os europeus forneçam garantias de segurança aos ucranianos.
"Trump disse claramente que nos apoiaria. Na minha reunião na quinta-feira, o resultado mais significativo foi que nossas equipes, do Reino Unido e dos EUA, se reunirão para discutir exatamente essa questão. Acho que para isso os países europeus precisam fazer mais e fornecer uma garantia de segurança, e é isso que estou discutindo com o presidente Macron e outros. Mas sempre deixei claro que isso precisará de um respaldo dos EUA, porque não acho que seria uma garantia sem isso. Portanto, os dois precisam andar juntos", afirmou Starmer.