Na manhã desta segunda-feira (madrugada no horário de Brasília), o grupo Hamas libertou 20 reféns israelenses que estavam em cativeiro desde o ataque de 7 de outubro de 2023. A entrega foi feita a equipes da Cruz Vermelha, que então repassaram os reféns ao Exército de Israel, seguindo o acordo de cessar-fogo firmado com a ajuda do Egito, Catar e Estados Unidos.
Como foi a libertação
O primeiro grupo, com sete pessoas, foi entregue por volta das 8h10 no horário local (2h10 em Brasília). Cerca de uma hora depois, eles foram transferidos à equipe militar israelense. Os nomes dos libertados incluem Eitan Mor, os irmãos Gali e Ziv Berman, Matan Angrest, Guy Guilboa-Dalal, Alon Ohel e Omri Meiran.
Mais tarde, por volta das 10h25 (4h25 em Brasília), o Hamas confirmou que um segundo grupo também estava sendo entregue. Esse anúncio aconteceu pouco depois da chegada do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a Israel. Ao todo, 13 reféns foram soltos nesse segundo momento.
Inicialmente, Israel esperava a libertação de 22 pessoas, mas dois nomes — o de um cidadão do Nepal e outro de Israel — não estavam na lista final.
Como estão os reféns
Todos os libertados foram levados para uma base militar no sul de Israel, onde passaram por exames médicos e reencontraram familiares. Três hospitais em Tel Aviv estão prontos para receber os sobreviventes. A Cruz Vermelha informou que eles estão em estado de saúde considerado razoável, apesar de terem passado por situações difíceis, possivelmente escondidos em túneis.
O Exército de Israel divulgou imagens do momento em que os reféns cruzaram a fronteira e do reencontro com os soldados. Algumas famílias já conseguiram falar com os reféns por videochamada. “Eles parecem bem. A barba de David está um pouco mais branca, mas tudo bem”, disse Silvia Cunio, mãe de dois dos sequestrados, ao canal 12 de TV.
O que diz o Hamas
O braço armado do Hamas divulgou uma nota dizendo que o grupo só aceitou libertar os reféns por meio de um acordo, já que a força militar de Israel não conseguiu resgatá-los. Eles afirmaram que vão continuar cumprindo o que foi combinado, desde que Israel também respeite o acordo.
Troca por prisioneiros palestinos
Em troca dos reféns, Israel se comprometeu a libertar 250 palestinos condenados à prisão perpétua e outros 1.700 presos em Gaza. A soltura desses prisioneiros deve começar depois da chegada dos reféns a Israel. Alguns já estavam prontos para sair nesta segunda-feira, aguardando em ônibus do Crescente Vermelho na prisão de Ofer, perto de Jerusalém.
Como foi a reação em Israel
Desde o começo da guerra, famílias e amigos dos reféns têm se reunido na Praça dos Reféns, em Tel Aviv. A libertação desta segunda-feira foi acompanhada ao vivo por muita gente que passou a noite em vigília, com um telão mostrando atualizações em tempo real. O grupo "Bring Them Home Now" (Traga-os de volta agora) divulgou imagens da comemoração após a notícia da libertação.
O embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee, comparou o momento ao pouso do homem na Lua, dizendo que era “histórico”.
Entrega de corpos de reféns mortos
O Hamas afirmou que não sabe onde estão os corpos de todos os 28 reféns que morreram. Mesmo assim, parte deles pode ser entregue ainda nesta segunda-feira à noite, segundo um líder do grupo.
Ajuda humanitária e retirada militar
Como parte do acordo, Israel começou a retirar parte de suas tropas de Gaza na última sexta-feira. Além disso, foi prometido o envio de mais ajuda humanitária à região. A ONU disse que cerca de 600 caminhões por dia estão autorizados a entrar com comida, remédios, combustível e outros itens essenciais.
A ONU também quer apoiar padarias, cozinhas comunitárias, pescadores e pequenos agricultores em Gaza. Alimentos com alto valor nutritivo serão destinados a mulheres grávidas, crianças e jovens.
A guerra acabou?
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou ao embarcar para o Oriente Médio que a guerra entre Israel e Hamas terminou. Ele participa de uma reunião no Egito que pode oficializar o fim do conflito.
— A guerra acabou — disse Trump ao embarcar no avião presidencial.
Porém, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ainda não confirmou o fim do conflito. Ele afirmou que a operação militar continua e que Israel ainda enfrenta ameaças.
— A campanha não terminou — declarou Netanyahu. — Ainda há inimigos tentando se reorganizar para nos atacar de novo.