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Reféns israelenses são libertados pelo Hamas após 738 dias em cativeiro na Faixa de Gaza

Ao todo, 20 reféns com vida foram libertados nesta manhã, sem qualquer tipo de cerimônia pública por parte do Hamas.

Pessoas aguardam a libertação dos israelenses ainda detidos em Gaza na Praça dos Reféns, em Tel Aviv | Foto: Ahmad Gharabli/AFP
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Na manhã desta segunda-feira (madrugada no horário de Brasília), o grupo Hamas libertou 20 reféns israelenses que estavam em cativeiro desde o ataque de 7 de outubro de 2023. A entrega foi feita a equipes da Cruz Vermelha, que então repassaram os reféns ao Exército de Israel, seguindo o acordo de cessar-fogo firmado com a ajuda do Egito, Catar e Estados Unidos.

Como foi a libertação

O primeiro grupo, com sete pessoas, foi entregue por volta das 8h10 no horário local (2h10 em Brasília). Cerca de uma hora depois, eles foram transferidos à equipe militar israelense. Os nomes dos libertados incluem Eitan Mor, os irmãos Gali e Ziv Berman, Matan Angrest, Guy Guilboa-Dalal, Alon Ohel e Omri Meiran.

Mais tarde, por volta das 10h25 (4h25 em Brasília), o Hamas confirmou que um segundo grupo também estava sendo entregue. Esse anúncio aconteceu pouco depois da chegada do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a Israel. Ao todo, 13 reféns foram soltos nesse segundo momento.

Palestinos recolhem pacotes de ajuda em caminhões que entraram pela passagem de Karem Abu Salem, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza — Foto: Omar al-Qattaa/AFP 

Inicialmente, Israel esperava a libertação de 22 pessoas, mas dois nomes — o de um cidadão do Nepal e outro de Israel — não estavam na lista final.

Como estão os reféns

Todos os libertados foram levados para uma base militar no sul de Israel, onde passaram por exames médicos e reencontraram familiares. Três hospitais em Tel Aviv estão prontos para receber os sobreviventes. A Cruz Vermelha informou que eles estão em estado de saúde considerado razoável, apesar de terem passado por situações difíceis, possivelmente escondidos em túneis.

O Exército de Israel divulgou imagens do momento em que os reféns cruzaram a fronteira e do reencontro com os soldados. Algumas famílias já conseguiram falar com os reféns por videochamada. “Eles parecem bem. A barba de David está um pouco mais branca, mas tudo bem”, disse Silvia Cunio, mãe de dois dos sequestrados, ao canal 12 de TV.

O que diz o Hamas

O braço armado do Hamas divulgou uma nota dizendo que o grupo só aceitou libertar os reféns por meio de um acordo, já que a força militar de Israel não conseguiu resgatá-los. Eles afirmaram que vão continuar cumprindo o que foi combinado, desde que Israel também respeite o acordo.

Gali e Ziv Berman — Foto: Reprodução/X 

Troca por prisioneiros palestinos

Em troca dos reféns, Israel se comprometeu a libertar 250 palestinos condenados à prisão perpétua e outros 1.700 presos em Gaza. A soltura desses prisioneiros deve começar depois da chegada dos reféns a Israel. Alguns já estavam prontos para sair nesta segunda-feira, aguardando em ônibus do Crescente Vermelho na prisão de Ofer, perto de Jerusalém.

Como foi a reação em Israel

Desde o começo da guerra, famílias e amigos dos reféns têm se reunido na Praça dos Reféns, em Tel Aviv. A libertação desta segunda-feira foi acompanhada ao vivo por muita gente que passou a noite em vigília, com um telão mostrando atualizações em tempo real. O grupo "Bring Them Home Now" (Traga-os de volta agora) divulgou imagens da comemoração após a notícia da libertação.

Gali e Ziv Berman — Foto: Reprodução/X 

O embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee, comparou o momento ao pouso do homem na Lua, dizendo que era “histórico”.

Entrega de corpos de reféns mortos

O Hamas afirmou que não sabe onde estão os corpos de todos os 28 reféns que morreram. Mesmo assim, parte deles pode ser entregue ainda nesta segunda-feira à noite, segundo um líder do grupo.

Ajuda humanitária e retirada militar

Como parte do acordo, Israel começou a retirar parte de suas tropas de Gaza na última sexta-feira. Além disso, foi prometido o envio de mais ajuda humanitária à região. A ONU disse que cerca de 600 caminhões por dia estão autorizados a entrar com comida, remédios, combustível e outros itens essenciais.

A ONU também quer apoiar padarias, cozinhas comunitárias, pescadores e pequenos agricultores em Gaza. Alimentos com alto valor nutritivo serão destinados a mulheres grávidas, crianças e jovens.

A guerra acabou?

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou ao embarcar para o Oriente Médio que a guerra entre Israel e Hamas terminou. Ele participa de uma reunião no Egito que pode oficializar o fim do conflito.

— A guerra acabou — disse Trump ao embarcar no avião presidencial.

Porém, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ainda não confirmou o fim do conflito. Ele afirmou que a operação militar continua e que Israel ainda enfrenta ameaças.

— A campanha não terminou — declarou Netanyahu. — Ainda há inimigos tentando se reorganizar para nos atacar de novo.

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