O chefe do Estado Islâmico (EI) Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi morreu nesta quinta-feira (3) em uma operação das forças especiais americanas na Síria, que deixou 13 pessoas mortas.
Considerada a maior operação dos Estados Unidos no país desde a morte do então chefe do EI, Abu Bakr al-Baghdadi, em 2019 – antecessor de al-Qurayshi, os EUA informaram que o líder teria acionado dispositivos explosivos ao ser cercado pelas Forças Especiais americanas – detonando o terceiro andar do edifício em que se localizava.
Al-Qurayshi substituiu al-Baghdadi imediatamente após a confirmação de sua morte, em 2019 – e foi apontado pelo grupo como uma "figura proeminente na jihad [guerra santa]", sem fornecer detalhes. Além do nome, nada mais foi divulgado pelo grupo terrorista.
Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi era apenas um dos nomes usados pela organização terrorista para se referir ao novo chefe. Outros codinomes foram escolhidos para tentar desviar do serviço de inteligência americano, como Hajji Abdallah, Abdul Amir, Abul Umar e al-Mawla.
De informante a chefe do Estado Islâmico
Segundo o Departamento de Justiça do governo americano, al-Qurayshi nasceu em Mossul, no Iraque, em 1976. Ele teria atuado diretamente em sequestros, assassinatos, e no tráfico de seres humanos.
Uma reportagem do jornal "The Washington Post", de 2021, revelou que al-Qurayshi chegou a ser informante dos EUA no fim da primeira década dos anos 2000 – quando esteve preso.
Ele teria ajudado a identificar líderes do EI no Iraque entre 2007 e 2008. O "Post" reportou que ele entregou "informações vitais" como nome, telefones e retratos-falados dos terroristas.
Al-Qurayshi teria parado de cooperar, afirmou o jornal, quando não recebeu uma contrapartida do governo americano pela informação dada.
Ex-membro da al-Qaeda
A página do Departamento de Justiça dos EUA afirma que al-Qurayshi foi por muitos anos membro da organização terrorista al-Qaeda no Iraque. Segundo o governo americano, ele manteve uma posição estável dentro do movimento até se separar do grupo e ocupar uma alta posição no EI.
Embora o EI tenha surgido como um braço da al-Qaeda e vise objetivos bastante parecidos com o da organização criada por Osama bin Laden, os dois grupos passaram de aliados a rivais em 2014.
Com informações do g1