Mohammad Sinwar, chefe militar do grupo Hamas na Faixa de Gaza, foi alvo de uma operação israelense que, segundo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, resultou em sua morte nesta quarta-feira (28). Sinwar figurava há anos entre os mais procurados por Israel.
Nascido em 16 de setembro de 1975, ele mantinha um perfil discreto, raramente aparecendo em público ou concedendo entrevistas.
Ascendeu aos escalões superiores do Hamas em 2024, após a morte de seu irmão Yahya Sinwar, considerado o principal mentor do ataque de 7 de outubro de 2023 contra Israel, evento que desencadeou a guerra em Gaza. Após a morte de Yahya, Mohammad assumiu um papel de liderança militar dentro da organização.
Até o momento, o Hamas não confirmou oficialmente sua morte. Caso a informação seja validada, o comando da ala armada do grupo deve ser assumido por Izz al-Din Haddad, atual responsável pelas operações no norte da Faixa de Gaza e aliado próximo de Mohammad.
Ainda não está claro como a possível eliminação de Sinwar impactaria a estrutura de poder interna do Hamas, especialmente em relação à influência de seus líderes exilados nas decisões sobre um eventual cessar-fogo.
Assim como seu irmão, Mohammad Sinwar foi alvo de diversas tentativas de assassinato por parte de Israel, incluindo ataques aéreos e explosivos camuflados, segundo fontes do Hamas ouvidas pela Reuters. Em um dos casos, durante uma visita a um cemitério, seus companheiros descobriram um explosivo disfarçado de tijolo, acionado remotamente.
Em outra ocasião, em 2003, o grupo afirmou que uma bomba foi encontrada escondida na parede da casa de Sinwar, em uma operação atribuída à inteligência israelense.
Reconhecido por sua atuação em operações clandestinas, Mohammad Sinwar teve papel decisivo no planejamento e execução do ataque de 7 de outubro de 2023. Ele também é apontado como um dos arquitetos do ataque de 2006, que resultou no sequestro do soldado israelense Gilad Shalit — mantido em cativeiro por cinco anos até ser libertado em uma troca por mais de mil prisioneiros palestinos. Entre os libertados estava Yahya Sinwar, seu irmão.