Desaparecida desde quinta-feira, a vice-diretora da escola Danwon, que acompanhava centenas de alunos a bordo da barca Sewol, na Coreia do Sul, foi encontrada morta. Kang Min-gyu, 52 anos, parece ter se enforcado com o cinto em uma árvore do lado de fora de um ginásio na cidade portuária de Jindo, onde parentes de desaparecidas no naufrágio, a maioria familiares de alunos, continuam reunidos. Após mais de 36 horas de buscas, o número de mortos subiu para 28, além da professora. Até agora foram confirmados 179 sobreviventes e 270 pessoas desaparecidas.
As causas do acidente ainda são desconhecidas. Vários passageiros disseram ter ouvido um forte ruído, quando a balsa parou de repente. Isso pode significar que o barco encalhou, batendo no fundo, ou que se chocou contra algum objeto submerso. Alguns especialistas também sugerem que a carga do ferry, que transportava 150 veículos, tenha se deslocado e desequilibrado a balsa.
Com a água turva e o mau tempo dificultando a visibilidade, os mergulhadores que buscam sobreviventes entre os desaparecidos do naufrágio, apelam para o som. Às cegas, batem no casco submerso da embarcação esperando como resposta um ruído qualquer, enquanto o país de 50 milhões de pessoas reza por um milagre. Mas nenhuma resposta veio até agora ? e o que se ouvem são os gritos desesperados dos parentes que se mantêm agarrados a um fio de esperança e questionam a eficiência do resgate. As acusações às autoridades se acumulam.
? Tragam meu filho de volta! ? gritava uma mulher, resumindo a ansiedade de centenas de pais e mães que ficavam ainda mais revoltados quando alguma parte da operação era paralisada devido ao mau tempo.
As cenas de desespero e descontrole se sucedem. Em Jindo, a 20 quilômetros do desastre, onde familiares estão reunidos, um homem se jogou na água gelada e disse que buscaria ele mesmo seu filho. Outro deu um tapa na cara de uma autoridade escolar da área onde estudava a maioria dos alunos mortos. Das 475 pessoas a bordo, a maioria era de estudantes, grande parte de uma mesma escola, Danwon, e estava em sua última viagem de férias para a Ilha de Jeju antes do pesado ano de estudos que marca o vestibular sul-coreano.
Vários pais também gritavam para a presidente do país, Park Geun-hye, que foi ao local.
? Minha criança está viva lá dentro ? desesperou-se um pai.