O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou nesta terça-feira (19) um decreto que amplia as possibilidades de uso de armas nucleares pelas Forças Armadas russas.
A medida foi tomada após a informação de que os Estados Unidos autorizaram a Ucrânia a atacar o território russo com mísseis de longo alcance fornecidos pelos norte-americanos, o que o Kremlin interpreta como uma forma de envolvimento direto de Washington no conflito. Neste ano, Putin já havia afirmado que a Rússia poderia recorrer ao uso de armas nucleares.
O decreto atualiza a doutrina sobre uso das armas nucleares, formalmente conhecida como "Os fundamentos da política de Estado no campo da dissuasão nuclear".
Com a atualização, a Rússia agora considerará fazer um ataque nuclear se seu território ou de Belarus, país aliado, enfrentem uma agressão "com o uso de armas convencionais que crie uma ameaça crítica à sua soberania e (ou) à sua integridade territorial", segundo o texto.
A doutrina anterior, estabelecida em um decreto de 2020, dizia que a Rússia poderia usar armas nucleares no caso de um ataque nuclear por um inimigo ou um ataque convencional que ameaçasse a existência do Estado.
Outras alterações incluem considerar qualquer ataque convencional à Rússia por uma potência não nuclear apoiada por uma potência nuclear como um ataque conjunto.
Qualquer ataque com aeronaves, mísseis de cruzeiro e aeronaves não tripuladas que cruze as fronteiras da Rússia também poderia desencadear uma resposta nuclear.