O governo Trump anunciou nesta terça-feira (22) a retirada dos Estados Unidos da Unesco, segundo informou o Departamento de Estado. A decisão foi justificada com críticas à agência cultural da ONU, classificada como "ideológica", e com o argumento de que a permanência na entidade não atende aos interesses nacionais do país.
A UNESCO promove causas sociais e culturais divisivas e mantém um foco desproporcional nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, uma agenda ideológica e globalista de desenvolvimento internacional que vai contra nossa política externa America First, disse a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, em comunicado.
Durante seu primeiro mandato, Donald Trump já havia retirado os Estados Unidos da Unesco em 2018. O país retornou à organização em julho de 2023, por iniciativa do presidente Joe Biden. Com a nova saída, a Unesco lamentou a decisão, mas declarou que não foi surpreendida.
“Lamento profundamente a decisão do presidente Donald Trump de, mais uma vez, retirar os Estados Unidos da América da Unesco. (...) Por mais lamentável que seja, esse anúncio já era esperado, e a UNESCO se preparou para isso”, disse a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay.
A nova saída dos EUA representa um duro golpe para a Unesco, que perdeu um de seus principais financiadores — o país responde atualmente por cerca de 8% do orçamento da agência da ONU, sediada em Paris. Fundada em 1945 para promover a paz por meio da educação, ciência e cultura, a Unesco é conhecida por designar Patrimônios Mundiais, além de atuar em áreas como alfabetização, liberdade de imprensa e desenvolvimento sustentável.
Os EUA já haviam deixado a organização em 1984, sob acusações de má gestão e viés antiamericano, retornando apenas em 2003, no governo George W. Bush. Em 2018, Trump retirou o país novamente, e Biden o reintegrou em 2023.