O presidente português Aníbal Cavaco Silva conseguiu se reeleger com 52,9% dos votos no primeiro turno das eleições, realizado neste domingo, segundo dados oficiais.
"A campanha ocorreu em condições muito difíceis, foram cinco (candidatos) contra um e a dignidade e o respeito que devem envolver uma eleição presidencial não foram respeitados", disse Cavaco Silva.
No discurso de vitória, Cavaco Silva definiu como vão ser as relações com o governo do premiê socialista José Sócrates, afirmando que será "um referencial de confiança, estabilidade e solidariedade".
"Exercerei uma magistratura ativa colaborando com todos os órgãos e instituições nacionais."
O socialista Manuel Alegre, apoiado por Sócrates, ficou em segundo lugar com 19,7% dos votos.
Em terceiro lugar ficou o candidato independente Fernando Nobre, com 14,1% dos votos.
Abstenção
Alguns fatores estão sendo apontados como responsáveis pela grande abstenção, como o desinteresse do cidadão comum pela política, a onda de frio pela qual passa Lisboa - a temperatura de quatro graus foi a menor em anos -, e uma certa confusão burocrática, com muitos eleitores sem saber onde teriam que votar.
Há cinco anos, nas últimas eleições presidenciais, a abstenção foi de 38,7% e neste pleito, passou dos 50%.
A dona de casa Fátima Brandão foi uma das que não quis votar e esteve na seção eleitoral apenas para acompanhar o marido.
"É tudo a mesma coisa. Este ano eu não voto", disse ela.
Para a psicóloga Helena Coelho, que votou, mas não quis dizer em que candidato, o problema está na relação dos políticos com os eleitores.
"Acho que as pessoas estão pouco motivadas, a campanha não foi elucidativa, ficou nos ataques pessoais e não se discutiu políticas, como encontrar saídas para as dificuldades", afirmou.
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