O primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, disse nesta sexta-feira (11) que está "muito certo" de que os sinais acústicos detectados durante as buscas do voo MH370 da Malaysia Airlines são da caixa preta do avião desaparecido.
"Reduzimos muito a área de busca e estamos muito certos de que os sinais são da caixa preta que registra os parâmetros de voo e os diálogos dos pilotos", afirmou Abbott na China, segundo a emissora "Australian Broadcasting Corporation".
"Mas também estamos entrando em uma etapa na qual o sinal, que confiamos ser da caixa preta, começa a se esgotar com o fim das baterias", disse Abbott em Xangai. "Esperamos conseguir o máximo de informação possível antes que o sinal desapareça", acrescentou.
A Austrália, encarregada da coordenação das buscas, tem captado sinais nos últimos dias através de seu navio "Ocean Shield".
Apesar da declaração do chefe do Executivo australiano, Angus Houston, chefe do Centro de Coordenação de Agências Conjuntas, responsável pelas buscas, declarou que "não houve nenhuma descoberta importante nas buscas do MH370".
"O Centro Conjunto de Análise Acústica da Austrália analisou as informações e confirmou que o sinal detectado nas imediações do navio militar australiano Ocean Shield não está relacionado com a caixa-preta do avião", disse.
O chefe deste órgão criado pela Austrália para coordenar as buscas multinacionais se referia ao sinal captado por um avião AP-3C Orion da Força Aérea de seu país na tarde de ontem na área que é rastreada pelo Ocean Shield, que transporta um localizador de caixas-pretas e um submarino não tripulado.
Houston explicou que o Ocean Shield tenta captar outros sinais que tenham relações com a caixa-preta do avião malaio antes que as baterias da mesma acabem, enquanto os aviões AP-3C Orions prosseguem com o rastreamento acústico, segundo um comunicado de imprensa.
A origem dos sinais foi situada a mais de 2.000 km a noroeste de Perth, na trajetória estimada do Boeing 777 da Malaysia Airlines que desapareceu no dia 8 de março com 239 pessoas a bordo, quando realizava a rota entre Kuala Lumpur, Malásia, e Pequim.
Assim que o sinal for situado com mais precisão, será enviado ao leito marinho um robô de fabricação americana, o Bluefin-21, para buscar os destroços do avião.
O Bluefin-21, um veículo submarino em forma de torpedo e de quase cinco metros de comprimento é equipado com um sonar, que pode ser substituído por uma câmera para gravar os destroços no fundo do oceano.
A área de rastreamento foi reduzida nesta sexta-feira para cerca de 46.713 quilômetros quadrados, 11.210 quilômetros quadrados a menos do que nesta quinta.