O novo comandante da Guarda Revolucionária do Irã, Mohammad Pakpour, fez duras declarações contra Israel nesta sexta-feira (13), após um ataque israelense atingir território iraniano. Em resposta, Pakpour afirmou que Israel enfrentará “graves consequências” e “um destino doloroso”. Israel, por sua vez, anunciou a mobilização de grande parte de seus reservistas. Com informações da AFP.
A declaração foi divulgada pela agência estatal iraniana Irna. Segundo Pakpour, “as portas do inferno se abrirão em breve para esse regime”, em referência a Israel, que ele chamou de “ilegítimo e criminoso”. Pakpour assumiu o cargo após a morte do general Hossein Salami, que foi alvo de um ataque israelense.
Escalada de tensão entre Irã e Israel
O ataque realizado por Israel nesta sexta (13) é mais um capítulo da longa disputa entre os dois países. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, já vinha fazendo ameaças ao Irã há anos, mesmo sob críticas de aliados como os Estados Unidos.
O momento do ataque chama atenção por coincidir com a previsão de uma reunião entre representantes dos EUA e do Irã, marcada para domingo, em Omã. O objetivo do encontro seria tentar avançar em um possível acordo sobre o programa nuclear iraniano.
Na quinta-feira, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, comentou sobre as negociações e disse que estava próximo de um bom acordo. Ele pediu que Israel não interferisse, pois isso poderia atrapalhar o processo.
Mesmo com os alertas, Netanyahu seguiu com a ofensiva. Para o analista Menahem Merhavy, da Universidade Hebraica de Jerusalém, é possível que exista um tipo de entendimento entre os dois governos. “Talvez tenha havido um acordo informal: vocês negociam, e nós atacamos”, afirmou.
Conflito de longa data
As ações de Israel contra o Irã se intensificaram nos últimos meses, especialmente após o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023, quando o grupo Hamas, que tem apoio iraniano, atacou o território israelense. Desde então, Israel tem realizado ataques contra grupos aliados ao Irã em diferentes regiões.
A preocupação de Netanyahu com o Irã, no entanto, é antiga. Em 2005, quando ainda estava na oposição, ele já afirmava que o programa nuclear iraniano era uma ameaça séria e defendia ações militares para impedi-lo.