A polícia dos Estados Unidos identificou Vance Luther Boelter, de 57 anos, como o principal suspeito do ataque que matou a deputada estadual Melissa Hortman e seu marido, e deixou o senador estadual John Hoffman e sua esposa gravemente feridos, em Minnesota. O atentado, ocorrido no sábado (14), tem fortes indícios de motivação política.
Boelter é diretor de patrulhas da empresa de segurança Praetorian Guard, sediada em Mineápolis, e possui treinamento militar. Segundo autoridades, ele agiu trajado como policial e dirigia um carro com luzes de emergência, o que dificultou sua identificação no momento do crime. Ao fugir, trocou tiros com a polícia e está foragido.
Lista com alvos e ideologia extremista
Durante as investigações, a polícia encontrou no carro de Boelter uma lista com dezenas de políticos e ativistas democratas de Minnesota — entre eles, o governador Tim Walz, que o havia nomeado para grupos de trabalho estaduais em 2016 e 2019. A maioria dos nomes listados está ligada à defesa do direito ao aborto e ao Partido Democrata.
O documento também incluía folhas com a frase “No Kings” (“Sem Reis”), lema recorrente entre grupos antigoverno. O governador Walz declarou que as mortes foram motivadas por ódio político: “Não somos um país que resolve suas diferenças à bala. Vamos levar os responsáveis à justiça.”
Reação imediata e segurança reforçada
O ataque começou durante a madrugada, quando os Hoffmans foram alvejados em casa. Logo depois, por volta das 3h35, Melissa e Mark Hortman foram assassinados em sua residência. Na cena do crime, o suspeito chegou a enfrentar os agentes, mas conseguiu escapar. A polícia orientou os moradores a não abrirem a porta para supostos policiais sem confirmação pelo número de emergência 911.
O estado de Minnesota ativou o Centro Estadual de Operações de Emergência, além de um centro conjunto de informações com a participação do FBI, da polícia local e do Departamento de Apreensão Criminal. Um cerco foi montado em um raio de cinco quilômetros a partir do Campo de Golfe de Edimburgo, em Brooklyn Park.
Comoção nacional e alerta para violência política
O caso gerou reações em todo o país. A senadora Amy Klobuchar e a ex-congressista Gabby Giffords lamentaram a tragédia. Giffords, que sobreviveu a um atentado semelhante em 2011, disse que o ataque é “um golpe contra a democracia americana”.
Enquanto a caçada ao suspeito continua, os Estados Unidos voltam a debater os riscos do extremismo armado e a necessidade de proteger seus representantes eleitos.